O golpe não é novo, mas a cada verão ganha mais força no Rio Grande do Sul e no Brasil afora. Estelionatários criam falsos perfis nas redes sociais e oferecem imóveis em praias conhecidas e badaladas, onde geralmente é difícil de se encontrar locais à disposição. Cobram valores que não chegam a R$ 400 como garantia e, por isso, a maioria das vítimas amarga calado com o prejuízo.

Foto: Alvaro Pegoraro / Folha do Mate
Delegado: “desconfiem quando a oferta é muito boa”

Para o delegado Vinícius Lourenço de Assunção, há muitas vítimas deste golpe em Venâncio Aires, mas poucas procuraram a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) para comunicar o fato. “Os valores cobrados como garantia oscilam em torno dos R$ 300, as vítimas, ao saberem que caíram em um golpe, preferem amargar sozinhas com o prejuízo, do que se sujeitar a comunicar o fato à Polícia”, observa.

O titular da DPPA ressalta que a falta de cuidados das pessoas que querem locar um imóvel – e a possibilidade de pagar um pouco a menos – é o que fomenta o golpe. Ele ressalta que as pessoas devem procurar imóveis em sites conhecidos, principalmente em imobiliárias, e desconfiar sempre que a oferta for muito abaixo das demais existentes no mercado.Dias atrás, uma mulher comunicou que perdeu R$ 180, depois que tentou alugar um imóvel em uma praia do Litoral Norte do estado. Pela internet, olhou fotos da casa, acertou o período que iria veranear e depositou o valor em uma conta bancária, como garantia. Depois disso, nunca mais conseguiu contato com ‘corretores’.

O delegado afirma que os criminosos têm se mostrado pródigos em termos de criatividade, fazendo cada vez mais vítimas com suas artimanhas. “Com a pena abrandada em razão da inexistência de violência ou grave ameaça e acobertados pelo manto do ambiente virtual, os meliantes se sentem intocáveis, praticando diversos golpes que vão desde aluguéis de casa de veraneio inexistentes até a compra e venda de produtos que existem apenas em fotografias digitais”, mostra.

O que a pessoa não pode deixar de ter em mente, segue o delegado, é que o negócio realizado no meio virtual pode, muito bem, se tratar de um golpe, sendo necessária a adoção de todas as cautelas possíveis.

“Desconfie sobre pagamentos sem antes receber a mercadoria. Evite compras em sites pouco conhecidos. Certifique-se em saber ao certo com quem está negociando e nunca esqueça de utilizar o bordão: quando a esmola é muita, o santo desconfia”, orienta o delegado.