Delegado pede a prisão do ‘ladrão da bicicleta’
O delegado Paulo César Schirrmann representou pela prisão preventiva do rapaz de 22 anos, que ficou conhecido como o ‘ladrão da bicicleta’. O inquérito que apura a prática de roubos contra mulheres, na área central de Venâncio Aires, foi concluído ontem e remetido ao Poder Judiciário.
BICICLETA
Onze ataques semelhantes contra mulheres foram registrados na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), em um espaço de seis meses. O primeiro foi registrado dia 14 de dezembro e o último, na quarta-feira, 12. Destes, o rapaz de 22 anos assumiu a autoria de cinco ataques. Em pelo menos mais um, revela o delegado, foi reconhecido pela vítima.
A ação era sempre a mesma e o ladrão não agia armado. “Mas usava a força física para empurrar as vítimas, que se feriam, e isso configura roubo”, explica o delegado.A maioria dos ataques foi praticado pela manhã. O rapaz escolhia as vítimas, sempre mulheres mais velhas, que caminhavam sozinhas e que carregavam sacolas ou bolsas à tiracolo. A bordo de uma bicicleta e sempre usando boné, surpreendia as vítimas à traição e fugia. Em depoimento, o rapaz disse que só pegava dinheiro e celulares. “E o resto jogava fora”, disse ele à escrivã Rossana Correa Weide.
Além dele, a agente do Setor de Investigações (SI) ouviu as vítimas e testemunhas. E foi através do relato de uma mulher e de uma testemunha, que a polícia chegou à identificação do procurado. “Era o nosso principal suspeito”, argumenta Schirrmann.
Apesar da polícia suspeitar que ele seja responsável pelos 11 crimes registrados na DPPA, assumiu apenas a autoria de cinco. Conforme declarou, assaltou mulheres nas ruas Conde D’Eu, Duque de Caxias (dois casos), 1º de Março e Visconde do Rio Branco.
Nesta última rua aconteceu o penúltimo ataque e o mais grave. A vítima, de 81 anos, foi empurrada e caiu, fraturando as costelas. A mulher ficou hospitalizada e agora se recupera em casa. A escrivã Rossana também tomou conhecimento de uma vítima que fraturou um joelho e precisou ser submetida a uma cirurgia.
Na segunda-feira, 10, quando foi ouvido, o suspeito detalhou como agia. Depois, levou os agentes do SI até os cinco locais onde admitiu ter praticado os assaltos. A bicicleta que usava, vermelha, disse que pertence a um familiar. Mas o isentou de qualquer participação nos casos.
Sobre a motivação que o levou a agir contra mulheres – dos 11 casos registrados, a mais nova tinha 57 anos e a mais velha, 84 anos -, referiu que elas não reagiam e geralmente estavam sozinhas e a pé. O dinheiro conseguido, disse que usava para manter o seu vício do crack. Ele mencionou que usa a droga há cerca de cinco anos.
Dos 11 ataques que a polícia tem conhecimento, em apenas um o ladrão não conseguiu levar a bolsa da vítima. E foi justamente da mulher mais velha. Na manhã do dia 6 de fevereiro, uma aposentada de 84 anos caminhava pela rua Duque de Caxias, quando foi surpreendida. Ela caiu, mas não largou a sua bolsa. O ladrão embarcou na bicicleta e fugiu. Momentos depois, fez uma nova vítima, desta vez na rua 13 de Maio.
O inquérito foi para o Judiciário, que o encaminhará à análise no Ministério Público e depois retorna ao Judiciário. Dependendo do entendimento, o rapaz poderá ter a prisão decretada. O crime de roubo simples – sem uso de arma – tem pena de reclusão que varia de 4 a 10 anos.