Os agentes da Polícia Civil não têm dúvidas de que a morte de Éderson Luiz da Silva, 36 anos, será esclarecida. O então diretor do Esporte Clube Guarani foi agredido com uma coronhada na cabeça e morto com três tiros, no final da tarde do dia 17 de janeiro, instantes após chegar em sua propriedade, em Vila Santo Antônio, interior de Mato Leitão.

Cerca de 25 pessoas já prestaram depoimento e a equipe comandada pelo delegado Felipe Staub Cano tem suas convicções. Porém, ainda não são suficientes para, por exemplo, indiciar uma ou mais pessoas e concluir o inquérito policial.
Ontem à tarde, mais uma pessoa foi ouvida e, segundo o inspetor Paulo Ullmann, o “quebra-cabeça está começando a se encaixar”.
Paralelo às investigações, o titular da Delegacia de Polícia busca mais informações. “Há muitos boatos circulando e quem tiver uma informação que possa nos ajudar, pode ligar para o número 197, que tudo será checado”, pediu. Cano quer que as pessoas contribuam, pois detalhes que para alguns são irrelevantes, para a Polícia Civil podem ser a chave para a solução do caso.
A busca é por informações sobre pessoas e veículos que circularam pela localidade, antes e depois do crime. “Tudo é importante”, ressaltou.
POSSIBILIDADESA equipe do delegado Cano tem algumas linhas de investigações e sabe que, diretamente, duas pessoas estão envolvidas na morte de Éder Silva, como a vítima era conhecida. Elas foram flagradas ainda dentro de casa, quando se preparavam para sair do local levando uma TV, um aparelho de som, jóias e outras mercadorias.
O que houve na sequência ainda é uma incógnita, pois nada foi levado. Os ladrões podem ter sido reconhecidos pela vítima e, por isso, a agrediram e a mataram. Outra possibilidade é que Silva tentou reagir, resultando naquele desfecho. Por isso, há fortes indícios de haver pessoas envolvidas indiretamente no caso. Podem ser pessoas que indicaram o local, auxiliaram a dupla a ir até a casa ou até que fariam a ‘segundinha’.
TRÊS TIROSOntem, o delegado Cano recebeu o laudo de necrópsia do legista do Departamento Médico Legal (DML) de Santa Cruz do Sul. Segundo o documento, Éder Silva, além do ferimento na cabeça, produzido provavelmente por uma coronhada, foi morto com três tiros, todos nas costas.
O tiro fatal foi um pouco acima das nádegas, do lado direito. Consta no laudo que o projétil atingiu as alças internas e as veias de grosso calibre, provocando um choque hipovolêmico. Os outros dois tiros foram do lado esquerdo, sendo um no lado superior e outro nas nádegas.
Não foi possível precisar se os tiros foram disparados de um revólver ou de uma pistola, já que os projéteis transfixaram o corpo da vítima e não foram localizados.
A informação de que a vítima tinha três perfurações chamou a atenção do delegado Cano e dos agentes, já que vizinhos – e até o filho da vítima, que estava na propriedade – alegam ter ouvido dois disparos.