
Rio Grande do Sul - A aprovação na Consulta Popular 2025/2026 e a escolha do local para instalação de um ponto de comercialização regional de produtos agrícolas e de agroindústrias foi muito bem recebida por representante de Venâncio Aires. A presidente da Cooperação dos Produtores (Cooprova), Mônica de Moraes, participou do anúncio, na semana passada, na sede administrativa do Sicredi Vale do Rio Pardo, em Santa Cruz do Sul. Da mesma forma que o secretário de Desenvolvimento Rural de Venâncio Aires, Ricardo Landim, ela aprova o local: o prédio da antiga Clínica Vida Nova (e antigo Sanatório Kaempf), às margens da RSC 287. Por outro lado, se diz preocupada com o prazo para entrega do projeto, pelo Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale), por meio do portal de Convênios e Parcerias do Governo do Estado.

O tempo, segundo Mônica, é muito curto. Por isso, antecipando-se ao anúncio do local, ela, Landim, que também representa o Conselho Municipal de Desenvolvimento de Venâncio Aires (Comude), a presidente da Cooperativa Agrícola de Passo do Sobrado e Vale Verde (Coopasvale), Vanessa Rutsatz, e a secretária do Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Rio Pardo (Corede-VRP), a jornalista Diana Anton, estiveram em Porto Alegre para um treinamento sobre a elaboração do projeto. “Para nossa surpresa, saímos de lá assustados, porque, até o dia 15 a gente tem que estar com esse projeto pronto.”
Mônica e Vanessa integram o Comitê Técnico responsável pelo projeto que vai liberar o recurso proposto pelo Governo do Estado através da Consulta Popular, no valor de R$ 743.005,71, mais contrapartida de R$ 66.870,51 dos municípios associados ao Cisvale, entidade que vai executar. A presidente do Cooprova afirma que o processo já está em andamento. Para este início de semana, a previsão é receber proposta arquitetônica, para dar início ao orçamento. A ideia, além de ponto de vendas, é criar um paradouro com café e outros atrativos turísticos.
A edificação cedida gratuitamente pelo Sicredi é antiga. Em duas ocasiões, representantes do comitê estiveram no local com arquiteto responsável pelo projeto. “A gente sabe que é um prédio muito sólido. Há possibilidade de fazer algumas modificações internas”, observa Mônica. Por outro lado, deixa claro que é intenção manter a originalidade da planta.
Comude
O representante do Comude e secretário municipal em Venâncio Aires, Ricardo Landim, considera a escolha do ponto de comercialização como positiva, se confirmando os benefícios que o Sicredi proporcionou – não cobrar aluguel, água, luz e internet. “Pelo menos é a informação que eu tinha”. Até porque, segundo ele, seria inviável construir, adquirir móveis e utensílios com os recursos disponibilizados. Do ponto de vista da localização, considera o espaço excelente, em função do fluxo de movimento. “A gente tem que lembrar que o projeto é regional, envolve as cooperativas da região.”
A intenção da proposta, quando incluída na Consulta Popular, é possibilitar o escoamento da produção. E, apesar não ser o intuito, avalia-se a possibilidade de direcionar tributos aos municípios de origem das agroindústrias. “Não é nosso foco, mas estamos vendo a possibilidade disso, no futuro próximo.”
Governança
Outro comitê criado pelo Cisvale é o de Governança, que, segundo Mônica Moraes, vai organizar o funcionamento o ponto de comercialização. Também é que vai definir a estrutura e a participação das entidades ligadas à produção rural na região. “Temos 15 municípios envolvidos. A gente fez um pré-levantamento de todas as agroindústrias. São mais de 80”, calcula, lembrando que será necessária a regularização de todas. “É uma exigência para participar. Tem que estar legalizada, principalmente se for agroindústria de origem animal.”
Mônica destaca, ainda, que a proposta aprovada na Consulta Popular foi apresentada mediante um problema que o produtor rural enfrenta: a comercialização dos produtos das agroindústrias, hoje limitado a alguns programas. Além disso, o foco é oferecer alimento saudável, como frutas e hortaliças. Observa que nem todos os municípios têm feiras. Por isso, o ponto de comercialização será uma forma de incentivar o agricultor de forma permanente. “A gente ficou muito feliz, quando o Sicredi veio nos procurar para oferecer esse espaço”, complementou, lembrando que o recurso oferecido pelo Estado não é suficiente para adquirir uma área ou construir.