Chances de contágio são maiores quando há inundações, enxurradas e lama (Crédito: Alvaro Pegoraro/Folha do Mate)
Chances de contágio são maiores quando há inundações, enxurradas e lama (Crédito: Alvaro Pegoraro/Folha do Mate)

Do começo do ano até agora, 15 casos de leptospirose já foram confirmados pela Vigilância Epidemiológica de Venâncio Aires, que atende, também, os municípios de Mato Leitão, Passo do Sobrado e Vale Verde. Outros 14 casos notificados tiveram resultado negativo e dois seguem em análise.

Nos últimos dois anos, foram mais de 60 casos de leptospirose e três óbitos registrados no município. De acordo com a técnica em Enfermagem da Vigilância Epidemiológica, Cristiane de Jesus Ferreira, em geral, os picos ocorrem no verão, com contaminações em arroios ou açudes, e no inverno, em épocas de enchente e alagamentos, quando a água espalha a urina de roedores contaminada com a bactéria leptospira.

“A maioria dos casos são no interior”, comenta Cristiane, referindo-se ao fato de galpões com estocagem de grãos aumentarem os riscos de proliferação dos roedores. Segundo ela, a orientação é que, sempre forem trabalhar, os agricultores utilizem calçado fechado e luvas. “O contato da pele com um local onde o rato urinou pode fazer com que a pessoa se contamine. Cortes, feridas e até mesmo rachaduras nos pés facilitam a contaminação.”

A técnica em Enfermagem lembra, ainda, que lixo e entulhos também podem ser meios de contaminação. De acordo com a profissional da Vigilância Epidemiológica, na maioria das vezes, o diagnóstico da leptospirose demora para ocorrer, pois os sintomas iniciais se confundem com os de um resfriado: dor no corpo, mal estar e dor de cabeça. “É muito importante que seja realizado o tratamento, se não, pode ocorrer falência dos órgãos, com hemorragia do fígado e dos rins, e levar a óbito”, alerta.

Casos de leptospirose

2016 – 22

2017 – 34 (dois óbitos)

2018 – 29 (um óbito)

2019 – 15 (até 11 de abril. Dois casos seguem em análise)

Entenda

– A leptospirose é uma doença infecciosa febril transmitida pelo contato com a urina de animais infectados, principalmente roedores, pela bactéria leptospira.

– A contaminação pode ocorrer em qualquer época do ano, mas as chances de contágio são maiores quando há inundações, enxurradas e lama. Se houver algum ferimento ou arranhão, a bactéria penetra com mais facilidade no organismo.

– Entre as formas de evitar a proliferação da doença estão manter os alimentos guardados em recipientes bem fechados, manter a cozinha limpa sem restos de alimentos, retirar as sobras de alimentos ou ração de animais domésticos antes do anoitecer, manter o terreno limpo e evitar entulhos e acúmulo de objetos nos quintais ajudam a evitar a presença de roedores.

– A doença pode levar até 30 dias para se desenvolver, mas, geralmente, os sintomas começam entre o sétimo e o 14º dia após a exposição. Quem teve contato com água potencialmente contaminada e apresentar febre, dor de cabeça, dor no corpo (principalmente nas panturrilhas), vômitos e pele amarelada (em casos mais graves), deve procurar um serviço de saúde.

Fonte: Secretaria Estadual de Saúde.

Juliana Bencke

Editora de Cadernos

Responsável por coordenar as publicações especiais, considera o jornalismo uma ferramenta de desenvolvimento da comunidade.

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