No Brasil, o Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado hoje, 20 de novembro, e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.
O Dia da Consciência Negra procura ser uma data para se lembrar a resistência do negro à escravidão, desde o primeiro transporte de africanos para o solo brasileiro (1594). A data é celebrada desde a década de 1960, embora só tenha ampliado seus eventos nos últimos anos.
Na cidade, o Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial de Venâncio Aires realizou uma vasta PROGRAMAÇÃO para a semana. Na sexta-feira, 16, a partir das 20h, na Câmara de Vereadores, ocorreu a solenidade de abertura com a apresentação do Coral Afro-Gospel, da ONG Alphoria. O grupo cantou as músicas: ‘Ressuscita-meÂ’, de Aline Barros; ‘AleluiaÂ’, de Gabriela Rocha e ‘Vem, essa é a Hora da adoraçãoÂ’. O coral surgiu no começo deste ano e, hoje, conta com 13 integrantes, e é o primeiro coral Afro-Gospel de Venâncio Aires.
Em seguida, teve a palestra com o professor e diretor técnico da Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (IGTF), Luís Cláudio Knierien, que abordou o tema ‘Contribuições do Negro na História do Rio Grande do SulÂ’. “Nós temos negros na política, tendo em 1964 o primeiro vereador negro no Rio Grande do Sul, Alceu Collares. Por causa do Golpe Militar de 1964 os partidos políticos foram extintos, assim, criando-se o bipartidarismo, quando Collares se filiou ao MDB. No MDB, foi eleito deputado federal, em 1970, sendo o mais votado da legenda no Rio Grande do Sul. Quando da sua reeleição, em 1974, foi o mais votado do Estado. E assim vamos caminhando”, destacou Knierien. E acrescentou: “E na nossa Venâncio Aires temos diversos também, uns já se foram e outras continuam ainda hoje, mas deixando bons exemplos para nós”.
Ao longo da história da escravidão, entre os séculos 16 e 19, muitas vezes a palavra ‘negroÂ’ esteve associada a preconceito, vergonha, submissão e exploração. No entanto, a pós-modernidade tem alterado essas identidades e hoje ser ‘negroÂ’ é sinônimo de orgulho. Segundo o site do IGTF, esse processo de construção de identidades negras não foi fácil, mas de sofrimento e dor. “Para entender como essas mudanças aconteceram é preciso saber que a cultura é dinâmica, ou seja, esta sujeita a transformações, pois os indivíduos reelaboram seus valores, de modo a gerar novos sentidos”.
A Fundação foi instituída pelo decreto 23.613, de 27 de dezembro de 1974, para atuar na área da pesquisa e divulgação da cultura popular sul-riograndense. Entre as suas finalidades está o estudo do folclore, da tradição, da arte e da história do Estado.
Dentro das programações da Semana, no sábado à noite, na Associação Négo Foot Ball Clube (Négo), dentre as seis concorrentes, a candidata Thaís Pereira Acosta, 14 anos, foi eleita a Mulata Café 2012, tendo como simpatia Tatiane Padilha Ferreira, 15 anos, 1ª princesa Juliara Silva Oliveira, 18 anos e Julia Graziela Marques da Silva, 14 anos, como 2ª princesa. A mesa de jurados foi composta por Nara Landim, Sergio Rosa, Tamara Wermut, Elisa Lopes, Eduarda Jacob e Gisele Araujo.
O encerramento ocorre hoje à noite, 20, dia da morte de Zumbi dos Palmares. A partir das 20h30min está agendado, também no Négo, o Sarau Cultural, com diversas apresentações artísticas e encerramento com o Coral Afro-Gospel.