Pode até ser que este inverno não seja daqueles com dias de ‘renguear cusco’, já que os meteorologistas preveem uma estação chuvosa e com temperaturas acima da média. No entanto, as manhãs e as noites geladas já são motivo suficiente para que não se abra mão de alguns cuidados.
A médica de família Ana Amélia Maciel explica que as doenças respiratórias são mais comuns nesta época do ano, principalmente, por dois motivos. Um deles é a mudança constante de temperaturas. O outro é o aumento da aglomeração de pessoas em ambientes fechados.
Com o frio, é natural que se busque ficar em um local fechado. No entanto, isso faz com que a propagação de vírus ocorra de forma mais fácil. “Em geral, as janelas acabam ficando fechadas em casa, no trabalho e no ônibus, e esses ambientes contribuem para a propagação das doenças”, explica a profissional, que atua na Estratégia Saúde da Família (ESF) do bairro Coronel Brito.
Além de abrir as janelas e deixar os ambientes ventilados, comer frutas e verduras e beber bastante água ajudam na prevenção de doenças.
“Por causa do frio, em geral, se bebe menos água, pois se tem menos sede, mas é muito importante manter as mucosas hidratadas porque isso ajuda a evitar a contaminação”, afirma a médica. A recomendação é a mesma do que para as outras estações do ano: é preciso beber, pelo menos, dois litros de água por dia – e não se pode considerar nessa quantidade chás ou chimarrão.
AGASALHO
Outra orientação da médica Ana Amélia para encarar os frios é utilizar uma roupa confortável e manter as extremidades aquecidas. Luva, touca e manta são acessórios
indispensáveis, especialmente, para quem estiver ao ar livre quando os termômetros marcarem temperaturas baixas.
Além disso, seguir aquelas ‘dicas da vovó’, como não ir para a rua de cabelo molhado ou sair de frente do fogão à lenha e ir direto para o frio, também ajuda a manter a saúde em dia. “É importante não se expôr ao frio. Outra dica é evitar banhos muito quentes, pois isso deixa a pele muito seca”, orienta.
SAIBA MAIS
Gripe X resfriado – Os dois são comuns nesta época do ano e é comum ocorrer confusão entre gripe e resfriado. A médica Ana Amélia Maciel esclarece que, em geral, o resfriado é mais ‘fraco’ do que uma gripe e nem sempre está associado a vírus. Entre os sintomas, estão nariz obstruído, coriza, espirros e tosse seca. Na gripe, além disso, há mais mal estar, dor do corpo e febre.
Vacina da gripe ajuda? Sim. Segundo Ana Amélia, a vacina evita formas mais graves da gripe e as complicações, especialmente entre pacientes com doenças crônicas, idosos, gestantes e crianças de até 6 anos – os chamados grupos de risco que são prioritários na campanha de vacinação. “Todo ano, os vírus que estão circulando mudam e, por isso, é normal uma pessoa que fez a vacina também ficar gripada. No entanto, o grande benefício da imunização é prevenir complicações como pneumonia e até mesmo a morte”, destaca a médica.
Mais fome – Não é mera impressão que, durante o inverno, temos mais vontade de comer. De acordo com a médica Ana Amélia, isso acontece porque, com o frio, há um gasto calórico maior para aquecer o corpo, o que gera mais fome.
Vitamina C – Apesar das massas e dos alimentos mais ‘pesados’ atraírem os olhares, a recomendação é manter uma alimentação equilibrada, rica em verduras e frutas. As frutas da época, com laranja e bergamota, são ricas em vitamina C e contribuem para aumentar a imunidade.
Alongamento – Por conta do frio, a tendência é ficar mais tenso e encolhido. Por isso, na hora de praticar exercício físico ou mesmo fazer um trabalho mais pesado, as chances de provocar uma lesão muscular aumentam. “Por isso, é muito importante se aquecer e fazer um alongamento antes da atividade”, orienta Ana Amélia.
