Uso dos violões é um dos propósitos que visam enriquecer a rotina da escola
Uso dos violões é um dos propósitos que visam enriquecer a rotina da escola (Foto: Caco Villanova)

Venâncio Aires - Uma parede na biblioteca, cheia de violões. Parados. Há vários anos, aproximadamente 25 instrumentos musicais não são tocados pelos estudantes da Escola Estadual de Ensino Fundamental (EEEF) Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Linha Travessa. Mas, dependendo da vontade da atual direção, voltarão a ser utilizados como ferramentas complementares de aprendizagem, de desenvolvimento de habilidades e criatividade, de estímulo às atividades culturais e de lazer e de aproximação com a comunidade. Pelo menos, é a que se propõem a diretora Ana Carla Wünsch e a supervisora pedagógica Camila Menotti, que assumiram o comando do estabelecimento de ensino em janeiro.

Ana Clara e Camila assumiram a direção da Perpétuo Socorro em janeiro (Foto: Caco Villanova)

O uso dos violões é apenas uma amostra do que a direção pretende: trazer, para dentro da comunidade escolar, uma visão de protagonismo. Ana Carla acredita que os instrumentos foram adquiridos por meio do projeto Mais Educação, do Governo Federal, por volta de 2015/16. Ela não estava na escola, mas lembra que, enquanto professora de História e Geografia na Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Sebastião Jubal Junqueira, em Vila Deodoro, onde atuou por 22 anos, várias atividades artísticas e culturais foram desenvolvidas com recursos federais, como artesanato, música e culinária, entre outros.

O Mais Educação foi uma estratégia do Ministério da Educação (MEC), de promoção do ensino integral nas escolas públicas, um dos sonhos de Ana Carla e Camila. Conforme a diretora, a Perpétuo Socorro chegou a solicitar o formato de educação à Secretaria Estadual de Educação (Seduc) em 2022, negado à época por insuficiência de alunos. A intenção, no momento em que atende 80 crianças, é fazer novo pedido, com vistas a 2027. Antes, a direção pretende concluir as reformas que vem executando na escola e oferecer atividades extracurriculares.

Ana Clara assumiu a direção da Perpétuo Socorro com proposta de protagonismo, colocando os estudantes como sujeitos ativos e centrais no próprio processo de aprendizagem. A intenção é formar cidadãos proativos, criativos e críticos. Para isso, busca, melhorar a estrutura da escola. Recentemente, o educandário recebeu uma nova funcionária para atuar na merenda, completando o quadro. No entanto, ainda não dispõe de professor de arte. A disciplina, atualmente, é ministrada por uma educadora física. “Gostaríamos de um profissional formado em Artes, na área de música”, especifica Ana Clara.

Com relação à estrutura física da escola, a direção iniciou uma série de reformas. Administrando a verba que veio do Governo do Estado para consertar o telhado, além de executar a obra, conseguiu reformar a quadra esportiva e o auditório, onde futuramente pretende ministrar as oficinas de música. Assim, como os ajustes dos espaços, é necessário pensar em novas ações que atendam a proposta pedagógica que a direção pretende implementar para beneficiar seus 80 alunos – da pré-escola, 2º e 3º Anos multisseriados e 4º e 5º Anos multisseriados atendidos pela manhã e 1º, 6º e 7º Anos à tarde) e mais 16 estudantes da pré-escola da rede municipal. Sim, a Perpétuo Socorro abriga alunos do município, que participam de praticamente todas as atividades organizadas pela escola.

Fotografia

Uma dessas atividades extraclasse, que a direção vem propondo, começou no dia 2. A oficina de Fotografia teve a primeira aula introdutória, ministrada por Airton Saussen. O fotógrafo atua como voluntário e prepara os alunos para participar de um concurso, que terá a comunidade de Linha Travessa como tema. “A fotografia não é apenas saber mexer na câmera ou no celular, é entender o valor de cada instante”, afirmou o profissional.

Oficina de Fotografia começou com foco na comunidade de Linha Travessa (Foto: Airton Saussen)

O objetivo da oficina é desenvolver o olhar fotográfico dos alunos. Na próxima etapa, os estudantes farão suas próprias fotos, que serão avaliadas e, futuramente, expostas ao público como resultado final do projeto ‘Perpetuando’, que busca valorizar as belezas e histórias da comunidade de Linha Travessa.
Essas e outras mudanças propostas pela equipe diretiva, precisam do apoio da comunidade escolar, especialmente da equipe que atua na escola, formada por 12 professores (dez em sala de aula), uma monitora e quatro funcionários que atuam na secretaria, limpeza e cozinha. Além da oficina de fotografia e de música, o sonho de Ana Carla e Camila é oferecer outras atividades, como horta escolar, cujo espaço vem sendo preparado, e teatro. “Nada é impossível, só precisa correr atrás”, conclui Ana.

Caco Villanova

Atua na cobertura geral do município, em publicações especiais e acompanha os principais acontecimentos na região.

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