
Rio Grande do Sul e Venâncio Aires - Um dos momentos mais esperados para os trabalhadores no período de fim de ano é o pagamento do 13º salário. A primeira parcela deve ser depositada até 30 de novembro, que cairá em um domingo, por conta disso, o pagamento será feito até a sexta-feira, 28, já a segunda parcela deve ser paga até 20 de dezembro, com os descontos obrigatórios. Em Venâncio Aires, serão injetados cerca de R$ 73,5 milhões, em decorrência do pagamento do 13º salário.
O valor é estimado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O montante em 2025 para a Capital do Chimarrão é R$ 9,4 milhões maior em relação aos valores pagos em 2024. O número de trabalhadores formais que deverão receber os recursos é de 20.641, um aumento 1.755 ao registrado em 2024. O valor médio da gratificação é R$ 3.562.
Pagar contas ou presentear?
Para a economista Cíntia Agostini, o 13º salário é um momento esperado, por ser um recurso extra para as famílias. Segundo ela, são várias perspectivas de negócios para aquecer a economia, como presentes e festas de fim de ano. “Aquece a economia, pois tem um maior recurso em circulação”, acrescenta.
No entanto, os valores também podem ser pensados e utilizados para o pagamento de dívidas. “90% das famílias tem alguma dívida ou compra parcelada. E 40% tem parcelas em atraso, que pode ser impactada com juros. Então, uma indicação é usar o recurso para pagar as dívidas e, depois, se sobrar, usufruir com presentes, férias ou festas”, destaca a economista.
A gerente executiva da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Venâncio Aires (Caciva), Lisete Stertz, destaca que esse valor tem um papel fundamental para a economia da Capital do Chimarrão. “Movimenta o comércio, ajuda as empresas a fortalecerem o caixa no final do ano e gera um ciclo muito positivo para toda a comunidade. Quando compramos aqui, o dinheiro circula entre nós, beneficia as lojas, os prestadores de serviços e chega novamente às famílias em forma de emprego e renda”, acrescenta.
Como é feito
Os valores estimados pelo Dieese levam em conta dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ambos do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Foram considerados todos os assalariados com carteira assinada, empregados no mercado formal, nos setores público (celetistas ou estatutários) e privado. Pela indisponibilidade de informações não foram considerados os trabalhadores domésticos, pensionistas, aposentados e servidores de regime próprio
Para efeito do cálculo, o Dieese não leva em conta os autônomos, assalariados sem carteira ou trabalhadores com outras formas de inserção no mercado de trabalho que, eventualmente, recebem algum tipo de abono de fim de ano, nem os valores envolvidos nesses abonos, uma vez que esses dados são de difícil mensuração. Além disso, não há distinção dos casos de categorias que recebem parte do 13º antecipadamente, conforme definido, por exemplo, em acordo coletivo de trabalho (ACT) ou convenção coletiva de trabalho (CCT).
13º salário no Brasil e estado
- O pagamento do 13º salário tem potencial de injetar na economia brasileira cerca de R$ 369,4 bilhões. O montante representa aproximadamente 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e será pago aos trabalhadores do mercado formal, inclusive aos empregados domésticos; aos beneficiários da Previdência Social; e aposentados e beneficiários de pensão da União e dos estados e municípios. Cerca de 95,3 milhões de brasileiros serão favorecidos com rendimento adicional, em média, de R$ 3.512.
- A economia gaúcha deverá receber cerca de R$ 23 bilhões, aproximadamente 5,9% do total do Brasil e 35,9% da região Sul. Esse montante representa em torno de 3,1% do PIB estadual. A média de valores por pessoa é estimada em R$ 3.272. Segundo os cálculos, 6,1 milhões de pessoas devem receber o 13º no Estado do RS. O número equivale a 6,6% do total que terá acesso ao benefício no Brasil.
Economista explica
- O economista Carlos Giasson diz que o 13º salário reforça a importância das leis trabalhistas como um todo, um valor extra frente as despesas normais de fim de ano, como festas, viagens e impostos pagos no início do ano, como o Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
- “Nessa época do ano, as pessoas com mais dinheiro no bolso, com mais certeza vão buscar um consumo maior, comprar algo que estavam planejando há bastante tempo, ou jantar fora e fazer uma viagem”, destaca.