Um projeto de pesquisa desenvolvido pela Universidade do Vale do Taquari (Univates) busca investigar a autoavaliação da sustentabilidade em cooperativas. A iniciativa é vinculada aos programas de pós-graduação em Ambiente e Desenvolvimento e em Sistemas Ambientais Sustentáveis.
A equipe de pesquisa é composta por 10 pessoas e está dividida em dois projetos complementares. O primeiro deles, intitulado ‘As cooperativas gaúchas e a promoção das condições do desenvolvimento sustentável local’, é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) e conta com o envolvimento da líder do projeto, professora Julia Barden, e dos pesquisadores Carlos Cândido da Silva Cyrne e Fernanda Cristina Wiebusch Sindelar, além de dois bolsistas de iniciação científica. A linha de pesquisa do projeto se dedica a avaliar as cooperativas no contexto gaúcho.
Julia explica que são poucos os estudos que tratam sobre o desenvolvimento sustentável e do cooperativismo no Rio Grande do Sul. “Será produzido conhecimento local sobre a dinâmica do cooperativismo e a proposição de ações potencializadoras que visem ao desenvolvimento sustentável local”, explica a professora. Os pesquisadores também irão propor indicadores para avaliação da contribuição das cooperativas gaúchas para o desenvolvimento sustentável.
BRASIL
Intitulada ‘Sistema de autoavaliação da sustentabilidade para cooperativas’, a segunda pesquisa vinculada ao projeto é desenvolvida em âmbito nacional. A equipe é composta pelos professores Julia, Cyrne e Fernanda; além de Deivid Forgiarini, do Sistema Ocergs/Sescoop/RS; Valtuir Soares Filho, da Universidade Federal do Tocantins (UFT); dois bolsistas de iniciação científica; um bolsista de desenvolvimento tecnológico e industrial (BDTI/CNPq); e dois doutorandos. O financiamento para esse subprojeto é fornecido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop).
“Na literatura, é possível encontrar diversas ferramentas de avaliação da sustentabilidade aplicadas a organizações de forma geral, contudo não há nenhuma ferramenta específica que avalie a sustentabilidade das cooperativas, considerando suas particularidades”, avalia a professora Julia, ao detalhar os fundamentos do projeto.
Ela observa que, ao contrário da maioria das organizações privadas, que têm o lucro como objetivo final, as cooperativas têm características coletivas e democráticas, com objetivo de atender a interesses em comum. “Assim, tem-se um compromisso com resultados que possam de fato contribuir com a produção do conhecimento científico sobre a temática e para as cooperativas com a proposição de uma ferramenta para avaliar a sustentabilidade das cooperativas”, ressalta. (Fonte: Assessoria de Imprensa da Univates)
Objetivos da pesquisa
- Melhoria da gestão, a partir de insights e conhecimentos sobre práticas de gestão eficazes para cooperativas.
- Desenvolvimento de ferramentas de avaliação específicas para cooperativas.
- Promoção da sustentabilidade.
- Compartilhamento de conhecimento, a partir da divulgação de boas práticas entre as cooperativas.
- Fortalecimento do setor cooperativo, a partir da divulgação de evidências e argumentos para apoiar políticas e regulamentações favoráveis ao desenvolvimento das cooperativas, e da conscientização e a compreensão sobre o modelo cooperativo.
Produção científica
Já foram realizados diversos trabalhos científicos no escopo das atividades do projeto: uma tese de doutorado, um capítulo de e-book, três trabalhos apresentados em eventos e um trabalho aprovado que será apresentado no Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (Sober), entre os dias 23 e 27 deste mês, presencialmente, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/Universidade de São Paulo), na cidade de Piracicaba.
