Conhecer a realidade do negócio: uma premissa na hora de definir o preço do produto

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Será que está muito barato? Acima do preço de mercado? Realmente cobre os custos? Se você já se deparou com alguns desses questionamentos na hora de definir o preço de um produto ou serviço, sabe o quanto essa é uma tarefa difícil. Precificar está entre os desafios diários de empreendedores ou profissionais que atuam nessa área nas empresas, seja na indústria, no comércio ou no setor de serviços. Uma das principais estratégias para driblar esse desafio está, justamente, em conhecer melhor a empresa.

“Precificar é algo difícil pois muitas organizações não sabem, de fato, qual o seu custo e não têm controle financeiro e de gestão. É preciso entender a realidade do negócio, onde se quer chegar e quais as estratégias para alcançar o objetivo”, explica a bacharel em Ciências Contábeis, Janaina Christmann, que ministra o curso de extensão Gestão de Custos e Precificação, oferecido pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).

A profissional observa que, em diversas situações, as empresas buscam definir os preços com base nos valores cobrados pela concorrência. Entretanto, isso pode ser prejudicial, pois, muitas vezes, a realidade da outro negócio é completamente diferente.

“Muitos definem seu preço de acordo com a concorrência, mas sem uma base técnica do próprio negócio. As realidades são distintas. Um concorrente pode ter um regime tributário diferente, ter gastos fixos e variáveis menores. Por isso, usar esse parâmetro nem sempre é o ideal, principalmente no médio e longo prazo.”

JANAINA CHRISTMANN

Bacharel em Ciências Contábeis

Da mesma forma, ela comenta que nem sempre o menor preço é a melhor solução. “Às vezes, pode se eliminar um item da carteira, agregar valor ao produto ou até diminuir custos e despesas fixas”, exemplifica. No entanto, para identificar essas estratégias, é preciso conhecer a fundo o negócio.

Segundo Janaina, todo valor envolvido na operação da atividade tem que ser considerado: desde os custos com água, telefone, energia elétrica, internet e aluguel até salários, impostos, matéria-prima e até um frete para recebimento dos insumos. “Tudo o que é gasto na operação da atividade tem que ser considerado, assim como o quanto se busca receber, a margem de lucro que se quer ter”, enfatiza a profissional, que é pós-graduada em Finanças Empresariais e Planejamento Estratégico de Custos.

Finanças pessoas X jurídicas

Junto a isso, está a necessidade de separar as finanças pessoais e jurídicas. “Esse é um dos grandes problemas, que nem sempre permite ao empresário ter uma real noção das finanças da empresa. É imprescindível separar o que é individual do que é da empresa”, pontua Janaina.

A partir dessas análise, colocar esses dados em uma planilha e entendê-los pode ser um bom começo, para criar um parâmetro de preço. “A partir disso, vai se poder ajustar conforme o mercado. Não existe certo ou errado, mas o que pode dar certo para cada negócio.”

“Muitas vezes, as empresas só se preocupam com gestão de custos e precificação quando estão com uma situação financeira complicada. Mas o ideal é que façam isso sempre, porque um problema pode demorar a refletir no caixa e, quando for percebido, já pode ser difícil de reverter.”

JANAINA CHRISTMANN – Bacharel em Ciências Contábeis

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Juliana Bencke

Juliana Bencke

Editora de Cadernos, responsável pela coordenação de cadernos especiais, revistas e demais conteúdos publicitários da Folha do Mate

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