A trajetória profissional começou cedo. Aos 12 anos, Edite Hoffmann, 36 anos, começou a trabalhar como babá para ajudar em casa. Para cuidar das crianças, ela morava em casas de família.
Aos 16, passou a se dedicar aos cuidados dos pequenos na Escola de Educação Infantil Dominic. “Dia de semana trabalhava na escolinha e, nos finais de semana, ajudava na decoração de eventos. Era difícil ficar parada”, brinca. Edite ressalta que deve muito do que sabe a Zilda, proprietária da escola na época, que acreditou no potencial que tinha e ensinou muito do que sabe.
No mesmo período, Edite seguia cuidando de crianças aos finais de semana. Por muito tempo acompanhou o crescimento de Gabriela, a Bibi, filha da amiga Sônia Algayer. Amiga que, inclusive, ajudou na concretização de um sonho: a abertura de um pet shop.
Após oito anos e meio na escolinha, optou por seguir apenas como babá. Porém, sentia que precisava de algo novo e o amor por animais era um sentimento que já tinha. “Sempre gostei de animais e comecei a ler muito sobre cuidados, foi quando surgiu a ideia de me profissionalizar”, conta.
Em 2011, fez um curso de pet shop em Porto Alegre. Por ser um investimento alto que não tinha, contou com o auxílio de Sônia para custear a formação e do agora marido, Norton, para se manter na capital. “Fiquei na casa da minha sogra que morava lá na época e Norton me ajudava. Não tinha dinheiro guardado, trabalhava para me manter”, declara.
Com os ensinamentos do curso, era o momento de colocar em prática. Pelo vínculo afetivo criado com a amiga Sônia, contou com sua ajuda para a construção do sonho do negócio próprio, bem como de outros familiares e amigos.
Alugou uma sala na rua Coronel Agra – onde se mantém até hoje – e montou do jeito que acreditava ser o melhor para atender os filhos caninos dos clientes. “Sempre disse que queria tudo colorido, para dar vida. Uma das primeiras coisas que fiz foi colocar um vidro para que cada um pudesse ver seu animal sendo atendido. Assim como as crianças, os cães são como filhos dos clientes e acho que eles merecem ter essa experiência”, conta.
DEDICAÇÃO
Edite conta que o mesmo vínculo e carinho que tinha com as crianças, tem com os animais. A maioria é atendida semanalmente e por isso conhece a personalidade de cada um e como deve tratar. “O vínculo que construí com as crianças, trouxe para o pet. Os animais também precisam de respeito”.
Quando abriu o pet shop, tinha pouca coisa além de força de vontade e amor. Com o passar do tempo, fidelizou clientes, fez melhorias na estrutura física e equipamentos para os atendimentos. “Os clientes são a razão de tudo. Não fiquei rica, mas sou realizada com o que faço”, reforça. A experiência de custos e atendimento também teve na formação para banho e tosa de animais.
Desde o início, a mãe de Edite, Glassi, 67 anos, ajudava a filha quando precisava de auxílio com cães maiores. Há alguns anos, ela trabalha diariamente no pet shop.
Quem também ‘nasceu e cresceu’ no Bichos & Bichos foi Maria Antônia, 6 anos, filha de Edite. “Trabalhei até dias antes dela nascer, ela criou vínculo com o lugar. Hoje diz que quando crescer quer trabalhar alguns dias aqui e em um dia da semana cuidar dos cachorros de rua”, comenta, orgulhosa.
