Elacy projeta exportar 5,5 mil toneladas de erva-mate em 2025

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Elacy, de Venâncio Aires, tem como principais destinos Argentina, Uruguai, Chile e Síria. Hoje, 65% do volume produzido já é exportado.

De acordo com dados do Comex Stat, sistema oficial para extração das estatísticas do comércio exterior brasileiro de bens, Venâncio Aires exportou 4,6 mil toneladas de erva-mate em 2024, totalizando US$ 8,08 milhões. Foi o segundo município gaúcho que mais vendeu para fora do Brasil e ficou atrás apenas de Encantado, o líder nacional.

A quantidade exportada pela Capital do Chimarrão corresponde às vendas da Elacy, ervateira que, para 2025, espera aumentar mais esse volume. Segundo o diretor da empresa, Gilberto Heck, a expectativa é que as vendas externas alcancem 5,5 mil toneladas até o fim do ano. Trata-se de uma quantidade expressiva, considerando que a indústria, que iniciou em 1957, exportou pela primeira vez em 2012. Há 13 anos, conforme Heck, eram cerca de 25 toneladas mensais vendidas para fora do Brasil, o equivalente, na época, a 20% do volume total produzido pela ervateira.

Hoje, 65% da totalidade da produção já é exportada e há, inclusive, uma negociação que talvez resulte em novo crescimento das vendas externas nos próximos dois anos. “Para isso, exige um planejamento a longo e médio prazos, porque são necessários estoques para maturar o produto, entre 12 e 15 meses, e depois ter à disposição para conseguir aumentar a produção. Isso está projetado para 2026 e 2027”, explica Heck. Para isso, a Elacy mantém parceria com uma empresa argentina. Os principais destinos são Argentina, Uruguai, Chile e Síria – mercado que começou a ser explorado em 2023.

Gosto por erva maturada

Segundo Gilberto Heck, atualmente, só no Brasil se consome erva-mate verde e jovem, e quanto mais breve, melhor para o consumidor brasileiro. Mas o gosto muda para os estrangeiros, que bebem chimarrão ou usam a erva para outras finalidades, como para produzir energético.

Conforme o empresário, para todos os países que importam, é necessária uma maturação de, no mínimo, um ano. No caso dos argentinos, seria, por exemplo, uma erva maturada, com granulometria maior, pouco pó e pouco palito.

Heck ao lado das marcas comercializadas pela Elacy. Na primeira e terceira prateleiras, as que têm como destino o Uruguai e a Argentina (Foto: Débora Kist/Folha do Mate)

Mercado interno

Apesar do destaque na exportação, o diretor da Elacy lembra que o mercado interno sempre foi prioridade da indústria. “Temos milhares de clientes que consomem erva Elacy, como comerciantes e distribuidores. A exportação tem altos e baixos, às vezes a relação cambial está desfavorável, então precisamos do mercado interno, sem dúvidas, para mantermos o equilíbrio.”

Conforme Gilberto Heck, pelo fato de a empresa ter um volume grande de compra de matéria-prima, consegue escolher o produto mais adequado para o mercado interno. “Conseguimos fazer uma seleção muito boa para ter um produto sempre 100% como esperamos. Isso é um fator que contribui muito para a qualidade do nosso produto do mercado interno.”

Cultivo no Paraná

A indústria é venâncio-airense, mas a maior parte da matéria-prima não é colhida no município nem em outro lugar no Rio Grande do Sul. A Elacy trabalha com 95% da erva-mate cultivada no Paraná. A explicação passa por uma altitude onde a erva se adapta bem, por um solo apropriado e onde há muitas reservas de mata, garantindo áreas sombreadas para os ervais.



Débora Kist

Débora Kist

Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) em 2013. Trabalhou como produtora executiva e jornalista na Rádio Terra FM entre 2008 e 2017. Jornalista no jornal Folha do Mate desde 2018 e atualmente também integra a equipe do programa jornalístico Terra em Uma Hora, veiculado de segunda a sexta, das 12h às 13h, na Terra FM.

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