lavoura de tabaco
Tabaco é o principal produto da região (Foto: AI SindiTabaco)

A Federação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias do Tabaco (Fentitabaco) manifesta sua preocupação diante do ambiente de incertezas que antecede a Conferência das Partes para o Controle do Tabaco (COP-11), marcada para ocorrer na próxima semana, entre os dias 17 e 22, em Genebra, na Suíça. As decisões que poderão ser discutidas e ratificadas pelo Brasil, signatário da convenção desde 2005, têm potencial de impactar diretamente a cadeia produtiva, motivo pelo qual as entidades se manifestam por cautela e responsabilidade. A federação, acompanhada do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Alimentação de Santa Cruz do Sul e Região (Stifa), reforçam que o setor é estratégico para centenas de municípios e milhares de famílias que dependem do cultivo, da industrialização e das atividades integradas do tabaco.

O presidente da Fentitabaco, Rangel Marcon, lembra que o tabaco é uma das cadeias mais estruturadas do agronegócio brasileiro e sustenta milhares de famílias em regiões rurais. “O Brasil não pode assumir compromissos internacionais que desconsiderem o impacto sobre o emprego e sobre a renda das famílias que vivem da cadeia produtiva do tabaco”, explica Marcon, que reafirma que decisões equilibradas são indispensáveis para preservar a estabilidade e a continuidade do setor.

A delegação de trabalhadores será formada por Marcon e pelo presidente do Stifa, Éder Rodrigues. Os dois representam mais de 44 mil trabalhadores que dependem diretamente da indústria do tabaco no Brasil. “Estamos indo a Genebra para assegurar que a voz da base esteja presente nas discussões que afetam o futuro de toda a categoria”, justifica o presidente da Fentitabaco.

Éder Rodrigues, por sua vez, ressalta que qualquer medida adotada internacionalmente deve considerar os impactos sociais e econômicos nas regiões produtoras do Brasil – especialmente nos três estados do Sul, onde concentra-se a maior parcela de indústrias processadoras de tabaco. “As famílias que trabalham com o tabaco construíram uma história de dedicação e compromisso com a legalidade e precisam ser respeitadas nas decisões que envolvem a cadeia produtiva. A indústria é inclusiva, ajuda a proporcionar renda e igualdade aos trabalhadores que tem nela o sustento de suas famílias”, pontua o presidente do Stifa.

As entidades representativas dos trabalhadores ressaltam o compromisso histórico em atuar de forma unida e representativa, fortalecendo o diálogo com o governo federal, organismos internacionais e entidades setoriais. “A federação defende que decisões globais devem respeitar a complexidade do tabaco no Brasil e valorizar a contribuição dos trabalhadores para a economia nacional. A entidade seguirá acompanhando as discussões da COP-11 e atuará para que o país adote posições que protejam empregos, garantam renda e reconheçam a importância da cadeia produtiva para o desenvolvimento regional”, reforça Rangel Marcon.

Trabalhadores na COP-11

A comitiva dos trabalhadores embarca no sábado, 15, rumo a Genebra, na Suíça, onde a COP-11 ocorrerá de segunda, 17, até sábado, 22 de novembro. A conferência reúne representantes de governos e entidades de diversos países para discutir diretrizes globais relacionadas à produção, ao comércio e ao controle do tabaco. Este é o principal fórum internacional da área e as decisões tomadas ao longo da semana costumam influenciar políticas públicas adotadas pelos países signatários.

Fonte: Assessoria de Imprensa Fentitabaco