O levantamento mensal realizado pela Folha do Mate aponta estabilidade no preço da lista de compras na comparação com os meses de novembro e dezembro. Enquanto que no mês passado o valor médio para aquisição dos 38 produtos era de R$ 417,72, neste início de mês o preço médio ficou em R$ 416,76, o que corresponde a 0,23% de redução, estabilidade na comparação com outros meses.
Dos 38 itens pesquisados, 21 tiveram acréscimo no preço médio, 12 queda e cinco permaneceram iguais. Entre os itens em acréscimo está o feijão. O ‘queridinho’ da refeição dos brasileiros está mais caro e a expectativa é de alta ainda mais significativa. Na comparação de novembro para dezembro, a diferença corresponde a 7,34% de aumento, passando de R$ 8,99 para R$ 9,65 o preço médio do quilo.
O chefe do escritório local da Emater-RS/Ascar, Vicente Fin explica que a alta do preço do feijão é reflexo das ocorrências climáticas, o que deve interferir também nos próximos meses devido à baixa na produção. “Vai ter pouca oferta devido ao excesso de chuva, falta de luminosidade e temperatura propícia a doenças com período de molhamento elevado”, diz.
Fin explica que é muito comum a bacteriose no feijão preto, ferrugem e, principalmente, antracnose, que é a pior doença da cultura do feijão. “Ela ataca a plântula, as folhas e as nervuras. Como desenvolve durante a floração, cada flor atingida é uma vagem que se foi. Dessa forma, fica comprometida. Nós já estamos bem debilitados na nossa produção”, acrescenta.
A produção local já foi atingida devido a isso. Com produção de 2,1 mil quilos esperada, a semana anterior reduziu para 1,8 mil quilos, e há expectativa de diminuição ainda maior. Em Venâncio Aires, a maioria é para consumo próprio, mas o problema deve se estender para quem trabalha a nível comercial. “Vai sim ter uma falta do produto no mercado e com tendência à elevação de preço”, observa.
COMPARAÇÃO
Nos supermercados, os produtos típicos da época natalina são vistos com frequência. Espumantes, panetones e aves congeladas são os mais evidentes. Na pesquisa, os itens com queda mais significativa são a carne de frango tipo galinhão, que passou de R$ R$ 7,09 para R$ 6,09 o preço médio do quilo, o que corresponde a 16,42% de diminuição.