Pequenas empresas que fecharam as portas voltam a funcionar gradativamente

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Por Cassiane Rodrigues e Taiane Kussler 

Mesmo que muitas empresas já tenham retomado as atividades de forma gradual e que, aos poucos, a economia esteja voltando a girar, ainda há setores que estão de portas fechadas e que não puderam se adequar ao ‘novo normal’ imposto pela pandemia do coronavírus. Paralelamente, de forma gradual, há aqueles que estão retomando as atividades.

Para avaliar o cenário atual e o comportamento dos pequenos e microempresários, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/RS) realizou, em agosto, a 3ª edição da pesquisa de Monitoramento dos Pequenos Negócios, por meio de uma coleta on-line, com foco na retomada das atividades destes empreendedores que foram diretamente prejudicados, em decorrência da pandemia.

A pesquisa foi realizada nos meses de junho, julho e agosto, contou com a participação de 522 pessoas, que atuam em diferentes segmentos em todo o estado. Entre os temas pesquisados pela instituição foram abordados na avaliação a situação atual das empresas, faturamento, ocupação, expectativa, necessidades e financiamento.

Conforme o estudo, nos últimos três meses, as empresas que tiveram que fechar temporariamente as portas estão se adequando ao novo cenário e voltam a funcionar, gradativamente. Em junho, 84% dos empreendimentos estavam em funcionamento; em julho, este número desceu para 79% e, em agosto, teve um aumento, alcançando 87%.

Retorno gradual

A educadora física e proprietária da Corppus Academia, Rose Heinen, percebe um aumento gradual das atividades a partir deste mês mas, destaca que a empresa passou por momentos difíceis, em março. Em decorrência da pandemia, a academia teve que se readequar para seguir as medidas do decreto municipal e, com isso, teve que reduzir despesas e funcionários. “A partir do dia 17 de março, a academia ficou fechada por 15 dias. Em um determinado período, retomamos as atividades por um dia e tivemos que fechar novamente”, conta a empresária, que em agosto, está atendendo 17 alunos por hora, conforme as normas municipais.

Segundo Rose, mesmo que as atividades estejam voltando ao normal, a empresa ainda está atuando abaixo das expectativas. “No início de abril, nosso faturamento estava em 30% e, em agosto, atingimos, em média, 80%. Ainda não chegamos na meta e no nosso ideal, mas estamos trabalhando para isso”, avalia.

Para ela, os benefícios do Governo Federal para os estagiários da academia e o Plano Emergencial Municipal de Apoio ao Pequeno Empreendedores (Pemape) só vieram para somar. “Assim, podemos dar uma respirada, já que, os custos fixos para manter uma empresa são bem significativos. Os auxílios vieram para calhar, principalmente neste momento”, afirma.

A educadora física acrescenta que foi preciso fazer alguns ajustes, com foco nas prioridades. Nos últimos meses, Rose teve que intensificar o horário de trabalho, já que foi preciso afastar um dos estagiários e reduzir horários de um dos colaboradores. “Estou na academia das 6h da manhã às 21h, para manter o nosso atendimento individualizado, como de costume”, reforça a empresária, que foi surpreendida pela demanda de clientes novos no mês de agosto.

Planejamento e capital de giro são essenciais para eventualidades

A contadora Aline Gauer observa que o tempo que uma empresa consegue se manter ativa depende do planejamento feito anteriormente. Nesses momentos, a reserva financeira para eventualidades é essencial. “Quem tem uma reserva para emergências consegue se manter em torno de seis meses, depende da gestão e planejamento que foi feito”, explica. Já para aqueles negócios em que a manutenção é feita exclusivamente com o que se fatura, a média é de dois meses.

Aline ressalta que o que ajudou muito as empresas neste período de pandemia foram os programas que auxiliaram para o custeio da folha de pagamento e programas de incentivo. “A gente já vem de uma crise grande. Em 2019, as empresas começaram a respirar e, em 2020, começaram a andar, quando surgiu essa situação”, completa.

A profissional também cita que muitas empresas estão se reinventando para conseguir se manter. Ela salienta que a primeira pergunta a ser respondida é: ‘Se hoje acontecer algum problema, quantos meses minha empresa consegue sobreviver?’. Nesse sentido, o empresário consegue analisar quais as possibilidades que tem, linhas de crédito e financiamentos que podem ser solicitados e se irá conseguir cumprir com parcelas e obrigações. “Sempre digo que o principal é seguir a regra básica da contabilidade, que é dividir o dinheiro da empresa e dos sócios. É preciso sempre estar preparado para emergências, ter planejamento e pensar no futuro”, finaliza.

Plano emergencial auxilia empreendedores

Para apoiar os empreendedores que foram diretamente atingidos pela crise, em decorrência da pandemia, Venâncio Aires lançou o Plano Emergencial Municipal de Apoio ao Pequeno Empreendedores (Pemape). Na primeira etapa do processo, foram 21 inscritos, sendo que o segmento de transportes foi o que atingiu maior número de solicitações. O plano emergencial está dividido em três opções: auxílio em antecipação de recebíveis, locação e vale-compras.

    

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