Poder de consumo de Venâncio Aires tem aumento de 17%

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Por Carlos Dickow e Luana Schweikart

Os venâncio-airenses farão circular na economia, até o fim do ano, quase R$ 2,1 bilhões, de acordo com projeção do IPC Maps, estudo da IPC Marketing Editora, de São Paulo, que analisa o poder de consumo nos municípios brasileiros. Na comparação com o ano anterior, quando a projeção atingiu quase R$ 1,8 bilhão, o incremento é de 17% e aponta para uma retomada da economia, após queda de circulação de recursos em virtude da pandemia do novo coronavírus, que inibiu investimentos e gastos pessoais.

O levantamento mostra ainda que o consumo urbano terá incremento maior do que o rural. Os que residem na cidade serão responsáveis por fazer circular mais de R$ 1,5 bilhão – 18% a mais do que em 2020 -, enquanto as pessoas que moram no interior contribuirão com R$ 554 milhões, aumento de 14% na comparação com o ano anterior. Quem mora em áreas urbanas terá, em média, quase R$ 34 mil para gastar. São mais de R$ 5 mil de majoração em relação a 2020, quando a média era de quase R$ 28,9 mil. Já quem reside em áreas rurais terá R$ 20,4 mil, em média, para gastar. Quando comparado com o ano anterior (R$ 18 mil de média), são R$ 2,4 mil a mais às disposição de quem mora no interior.

Os novos números do IPC Maps mostram que a Capital do Chimarrão voltou a integrar o grupo das 30 maiores economias do Rio Grande do Sul. Em 2020, aparecia na 31ª posição do ranking estadual e, agora, ganhou um posto. O desempenho é ainda melhor no cenário nacional: Venâncio Aires saiu da 380ª para a 362ª colocação, um pulo de 18 postos. Destaque também a majoração no número de empresas. No ano passado, eram 6.771 e, em 2021, são 7.004, um aumento de 233 estabelecimentos comerciais. O salto é explicado pelo alto número de registros de microempreendedores individuais nos últimos meses.

Despesas

As despesas com habitação serão as maiores dos venâncio-airenses. O montante total deste item é de R$ 391 milhões. Na sequência, aparecem os gastos com veículo próprio, que somam R$ 182 milhões, e a alimentação no domicílio, com R$ 140 milhões. As classes B e C serão responsáveis por fazer circular o maior volume de recursos, R$ 560 milhões e R$ 712 milhões, respectivamente, quase 83% do total previsto até o fim do ano. A classe A terá poder de consumo de R$ 177 milhões (11,5%), enquanto que as classes D e E farão circular R$ 85 milhões, um percentual de 5,6% do total de R$ 2,1 bilhões.

Consumo em alta, preços também

Gerente da Eletro Armin, Roberta Fischer, 37 anos, diz que as pessoas passaram a consumir mais, principalmente os itens que geram conforto e bem-estar dentro de casa. “Em função da pandemia, as pessoas ficaram mais em suas casas, e o dinheiro que era gasto em lazer, viagens e restaurantes, por exemplo, foi usado para adquirir novos eletrodomésticos”, comenta.

Roberta também destaca que muitos produtos tiveram aumento no valor de custo para o lojista, mas nada que seja muito significativo. O que também facilitou esse aumento de consumo das pessoas, conforme a gerente, foi o Auxílio Emergencial oferecido pelo Governo Federal.

Redução de itens

A digitadora Romi Carvalho, 53 anos, afirma que passou a gastar mais no consumo dos alimentos e que a quantidade de itens diminuiu. Ela confirma que, com a pandemia, passou a selecionar mais os produtos que consome, por ter comorbidades como hipertensão e diabetes.

Romi destaca que os valores dos produtos tiveram aumento (Foto: Luana Schweikart/Folha do Mate)

Fôlego em recuperação

Segundo Marcos Pazzini, sócio da IPC Marketing Editora, após um ano marcado por prejuízos irreparáveis na maior parte dos setores econômicos do Brasil – e mesmo que ainda vivenciando a pandemia -, o consumo das famílias deve recuperar parte do seu fôlego e movimentar cerca de R$ 5,1 trilhões ao longo deste ano, o que representa um aumento de 3,7% em relação a 2020.

De acordo com ele, o crescimento esperado para este ano é satisfatório, já que as perdas registradas em 2020, em função do isolamento social imposto pela pandemia, vão demorar para ser esquecidas. “Aos poucos, os brasileiros tentam voltar à rotina normal, e é isso que estimulará o consumo em 2021”, aposta.

Sobre o IPC Maps

• Publicado anualmente pela IPC Marketing Editora, empresa que utiliza metodologias exclusivas para cálculos de potencial de consumo nacional, o IPC Maps destaca-se como o único estudo que apresenta em números absolutos o detalhamento do potencial de consumo por categorias de produtos para cada um dos 5.570 municípios do país, com base em dados oficiais, através de versões em softwares de geoprocessamento.

• Este trabalho traz múltiplos indicativos dos 22 itens da economia, por classes sociais, focados em cada cidade, sua população, áreas urbana e rural, setores de produção e serviços, possibilitando inúmeros comparativos entre os municípios, seu entorno, estado, regiões e áreas metropolitanas, inclusive em relação a períodos anteriores. Além disso, o IPC Maps apresenta um detalhamento de setores específicos a partir de diferentes categorias.

Microrregião

Município – Consumo 2021 – Consumo 2020 – Estado – País
Mato Leitão – R$ 125.544.364,00 – R$ 106.611.341,00 – 279ª – 3.549ª
Passo do Sobrado – R$ 159.486.843,00 – R$ 140.649.869,00 – 235ª – 3.072ª
Vale Verde – R$ 62.765.385,00 – R$ 57.279.026,00 – 422ª – 4.819ª

Fique por dentro

População
Total: 72.376
Urbana: 45.225
Rural: 27.151
Homens: 35.813
Mulheres: 36.563
Alfabetizada: 64.944

Empresas
Total: 7.004
Indústria: 1.597
Serviços: 3.564
Comércio: 1.822
Agribusiness: 21
Domicílios
Total: 27.577
Urbanos: 17.287
Rurais: 10.290

Dados gerais
Área: 772,2 km²
Frota de veículos: 51.196
Distância da capital (Porto Alegre): 104 km

Consumo per capita
Urbano: R$ 33.942,11
Rural: R$ 20.412,05

Curiosidades

Perfil básico: Mesmo com as centenas de milhares de mortes ocasionadas pela pandemia, ainda assim o Brasil possui mais de 213,3 milhões de cidadãos. Destes, 180,9 milhões moram na área urbana, respondendo pelo consumo per capita de R$ 26.042,02, contra os R$ 11.245,8 gastos individualmente pela população rural.

Base consumidora: Assim como no ano anterior, a classe B2 lidera o cenário de consumo, representando mais de R$ 1,161 trilhão dos gastos. Junto à B1, pertencem a 21,3% dos domicílios, assumindo 39,6% (R$ 1,866 trilhão) de tudo que será desembolsado pelas famílias brasileiras. Presentes em quase metade das residências (47,9%), C1 e C2 totalizam R$ 1,752 trilhão (37,2% ante 35,6% em 2020) dos recursos gastos. Já o grupo D/E, que ocupa 28,6% das moradias, consome cerca de R$ 505,8 bilhões (10,7%). Mais enxuta, caracterizando apenas 2,2% das famílias, a classe A tem seus gastos em R$ 587,5 bilhões (12,5% em 2021 contra 12,8% do ano passado).

Cenário regional: O realce vai para a região Sul que, ao ampliar sua fatia de consumo para 18,2%, volta a ocupar o segundo lugar no ranking das regiões, posição que vinha sendo ocupada desde 2008 pelo Nordeste, cuja participação agora cai para 17,5%.

Mercados potenciais: O desempenho dos 50 maiores municípios brasileiros equivale a R$ 2,011 trilhão, ou 39,6% de tudo o que é consumido no território nacional. No ranking dos municípios, os principais mercados permanecem sendo, em ordem decrescente, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte. Em 5º lugar, aparece Salvador, deixando Curitiba logo atrás. Na sequência, vem Fortaleza, Porto Alegre e Goiânia.

Perfil empresarial: A expectativa da retomada da economia reflete no incremento em 9,4% de empresas instaladas no Brasil, totalizando 22.327.228 unidades. Deste montante, quase a metade (12,1 milhões) tem atividades relacionadas a serviços; seguida pelos setores comércio, com 5,9 milhões, indústrias, com 3,6 milhões e, por fim, agribusiness, com 720 mil estabelecimentos.

Geografia da economia: Em relação à distribuição de empresas nacionais, a região Sudeste segue despontando, concentrando 51,7% das unidades. É seguida pelo Sul, com 18%; Nordeste, com 17,2% dos estabelecimentos; Centro-Oeste, com 8,2%; e o Norte, com apenas 4,9% das unidades existentes no país.

Hábitos de consumo: O levantamento detalha, ainda, as preferências dos consumidores na hora de gastar sua renda. Dessa forma, os itens básicos aparecem como prioridade, com grande vantagem sobre os demais, conforme a seguir: 25,76% dos desembolsos destinam-se à habitação (incluindo aluguéis, impostos, luz, água e gás); 17,96% outras despesas (serviços em geral, reformas e seguros, por exemplo); 14,11% vão para alimentação (no domicílio e fora); 13,06% a transportes e veículo próprio; e 6,66% são medicamentos e saúde.

Faixas etárias: A população de idosos continua crescendo, chegando a cerca de 31,2 milhões em 2021. Na faixa etária economicamente ativa, de 18 a 59 anos, esse índice passa de 128,7 milhões, o que representa 60,3% do total de brasileiros, sendo mulheres em sua maioria. Já os jovens e adolescentes, entre 10 e 17 anos, vêm perdendo presença e somam 24 milhões, sendo superados por crianças de até 9 anos, que seguem na média de 29,5 milhões.

    

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