Levantamento mensal realizado pela Folha do Mate aponta que, em junho, o valor médio total da lista de compras é de R$ 352,67 – o valor é 3,41% maior que em maio, quando a média ficou em R$ 341,04. O que se percebe, neste mês, é que a falta de algumas marcas e produtos específicos interfere diretamente no valor final.
Em um dos supermercados, por exemplo, a mortadela tradicional estava em falta. Com isso, o preço usado como base foi da tipo bologna. Isso resultou na grande diferença de preço na média final de um mês para outro.
No referido supermercado, por exemplo, o acréscimo foi de 7,62%. Isso já aconteceu em outros momentos, com a mudança de algumas práticas em virtude da pandemia, como a venda de embutidos exclusivamente em embalagens já fechadas com quantidades específicas.
O levantamento realizado desde o início de 2019 pela Folha do Mate, busca sempre ter como base as mesmas marcas. Porém, muitas vezes, isso acaba sendo inviabilizado pela falta de determinadas nos supermercados, que saem das prateleiras.
Conforme a pesquisa realizada na manhã de ontem, 19 produtos tiveram acréscimo no valor, 12 tiveram queda e sete permaneceram iguais. A variação entre os supermercados foi de 24,3% entre o preço mais elevado e o mais baixo. No supermercado A, a média ficou R$ 348,99, no B, R$ 392,92 e no C, R$ 316,10.
Produtos de higiene e limpeza seguem sem grandes alterações nos últimos meses. O produto com queda mais significativa no preço médio foi a cenoura, que passou de R$ 3,79 para R$ 2,99 o quilo – uma redução de 21%.
Carnes seguem em alta
As carnes seguem em alta de preços. Do mês passado para esste, na análise nos três tipos pesquisados – galinhão, moída bovina de primeira, paleta bovina e pernil suíno – o valor médio da soma dos quatro tipos de carne teve acréscimo de 6,12%. A alteração mais significativa foi no preço médio da paleta bovina, que passou de R$ 27,23 para R$ 30,23 o valor médio do quilo.
Para quem produz frango, porco e gado na propriedade, a sensação é de alívio por não sentir os reflexos da alta das carnes, já que os demais produtos também seguem em alta.
O casal Paulo Avelino Hickmann, 69 anos, e Maria Glaci Hickmann, 65, moradores de Linha Travessa, sentem os reflexos da alta do preço do rancho mensal. “Nossa sorte é criar animais e não precisar comprar, porque tudo está mais caro”, salienta Hickmann.
Além disso, a família também planta milho, aipim, batata e feijão. “Este ano, por causa da seca, o feijão está ruim para cozinhar, mas dá para comer, ajuda bastante”, comenta. O aposentado diz que para evitar a vinda para a cidade muitas vezes, o que também interfere nos gastos com combustível, eles fazem as compras uma vez ao mês.
Quando falta algum produto, a nora, que trabalha na cidade, faz a compra para que o casal não precise se deslocar. “A gente gasta muito em remédios e o poder aquisitivo está cada vez mais apertado. No que pudermos economizar, ajuda muito”, completa.