A partir de 2022, o 5º ano da Escola Municipal Osvaldo Cruz, de Linha Cachoeira, deve ser transferido para a Escola Estadual Sebastião Jubal Junqueira, de Vila Deodoro. O anúncio foi feito pela Secretaria de Educação, na última semana, após reunião com a comunidade.
Inicialmente, a ideia era que também o 4º ano já fosse para Deodoro. “Para os pais e para mim, foi uma grande surpresa o motivo da reunião, porque não nos foi comunicado nada sobre o assunto que seria tratado. O secretário nos anunciou que no próximo ano o atendimento na escola será feito nas turmas do pré, 1º, 2º e 3º anos. Quarto e 5º anos passariam a ir na Jubal. Me manifestei contra, assim como todos os pais”, relatou o presidente da Associação de Pais e Mestres (APM), Marcelo Appelt.
O agricultor, então, diz que procurou ajuda do vereador Diego Wolschick (PTB), o qual comentou sobre o assunto na última sessão do Legislativo, por meio de um pedido de providência. “Entrei em contato com o secretário e ele me disse que o 4º ano permaneceria em atividade. Vou fazer o possível para que permaneça o 5°ano, mas a decisão final será, logicamente, do Executivo”, comentou o parlamentar.
Apesar da manutenção do 4º ano, por enquanto a decisão é de que o 5º seja transferido. Conforme o secretário de Educação, Émerson Eloi Henrique, o motivo passa pela dificuldade de encontrar profissionais. “Tivemos dificuldade de encontrar profissional para assumir por lá durante todo o ano e não encontramos. Como os alunos no 6º ano já vão para a Jubal, faremos essa antecipação do 5º ano, o que dará condições da professora se dedicar mais, principalmente, ao processo de alfabetização (1º ao 3º anos). No outro turno ela atende o pré. Combinamos com a comunidade que, caso tenhamos profissional para lá, poderemos rever a decisão” declarou.
Insatisfação
Ainda que se tenha a ressalva do ‘se houver profissional’, a mudança prevista para 2022 desagradou a comunidade escolar. “Acho injusto da parte do prefeito Jarbas não manter o 5º ano na escola por falta de professor. Moramos a 30 quilômetros da cidade e, como sempre, o interior está cada vez mais abandonado. Anos se passam e novas pessoas assumem, sempre com a promessa de ajudar o interior, mas quando assumem, esquecem de cumprir. Fico decepcionado e já comuniquei que se o 5º ano sair, vou renunciar ao meu cargo”, disparou o presidente da APM, Marcelo Appelt.
O agricultor, que estudou na Osvaldo Cruz e hoje tem a filha, de 7 anos, matriculada lá, diz ainda que a Prefeitura “só dá desculpas”. “É sempre uma desculpa a falta de professor, mas a Prefeitura consegue pagar horrores aos CCs e para um professor não consegue pagar um pouco mais. Temos uma agente escolar que trabalha dois dias por semana, tem pessoas da comunidade que têm interesse em ficar somente trabalhando na Osvaldo Cruz. Mas daí dão um monte de desculpas que não conseguem contratar”, desabafa.
Se a mudança ocorrer em 2022, os sete alunos que hoje estão no 4º ano passam a estudar em Vila Deodoro. Atualmente, a Emef Osvaldo Cruz tem 37 alunos do pré ao 5º ano.
