Estudar sobre o meio ambiente e as particularidades deles, como a cadeia alimentar, os microrganismos, os recursos renováveis e não renováveis, as sementes e as plantas, está sendo uma das tarefas dos alunos das turmas de 3º, 4º e 5º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Santo Antônio de Pádua. Para tornar a realização das atividades sobre essa temática possível, as professoras contam com a colaboração e participação das famílias.
Os estudantes do 3º ano, por exemplo, de acordo com a professora Letícia Heinen, plantaram sementes de girassóis. Ela explica que a turma recebeu as sementes junto com uma carta de um ‘amigo misterioso’. “Estávamos nos organizando para realizar o plantio na escola durante o mês de março, mas a suspensão das aulas por causa da pandemia da Covid-19 impediu nossos planos”, comenta Letícia.
A professora explica que o girassol é símbolo do projeto da escola em 2020 – Seja como um girassol: busque o que faz bem – e fazia parte da rotina da turma desde o início do ano, na decoração da sala, na leitura de histórias e por meio de reflexões sobre a simbologia dele. “O recebimento das sementes veio para ampliar o engajamento no projeto e o estudo de diversas habilidades presentes na BNCC [Base Nacional Comum Curricular]”, destaca.
Com a participação intensa das famílias no estudo e aprendizagem das crianças, a professora optou por enviar as sementes para que elas fossem plantadas na residência de cada estudante, no jardem ou em um vaso. “Assim, as crianças têm a oportunidade de cuidar e acompanhar o crescimento dessa planta, algo que elas estavam tão ansiosas para realizar”, acrescenta.
Ainda, segundo Letícia, a partir dessa atividade e ao longo das próximas semanas, os alunos farão observações a respeito do solo, estudos sobre unidades de medida, registros sobre as diversas etapas do desenvolvimento da planta, além de desenvolverem o senso de responsabilidade e cuidado ao acompanhar o crescimento do girassol.
Seres vivos
Com a turma do 4º ano da escola SAP, a professora Solange Inês Dhiel Stülp, trabalhou atividades relacionadas à cadeia alimentar e aos microrganismos. Ela relata que se buscou identificar os seres vivos e reconhecer os componentes que constituem as cadeias alimentares no cotidiano de cada aluno. “Com isso, foi possível perceber a importância da energia solar para a produção de alimento de todos os seres vivos, bem como conhecer a importância da fotossíntese”, observa.
Solange conta que a turma foi desafiada a realizar uma experiência plantando sementes em um pote e deixando ele em uma caixa fechada. No lado oposto da planta, um buraco deveria ser feito na tampa. “Pelos registros fotográficos e áudios das famílias, percebi que o resultado almejado foi conquistado. Mesmo a distância, o aluno foi capaz de realizar a tarefa e construir conhecimentos necessários para sua vida”, avalia.
Entre os relatos enviados pelos estudantes para a professora está o de que as plantas estão crescendo e a descoberta de que ela precisa de luz para ficar verde e acontecer o processo de fotossíntese. Outro aluno disse que se cuidar bastante do que se planta é possível receber o dobro. Além disso, um dos estudantes comentou que com o exercício foi possível perceber que a planta procura a luz do sol para se desenvolver. Outros alunos também compartilharam a experiência e contaram que aprenderam o que é fotossíntese, como é a cadeira alimentar e que compreenderam o que é a fotossíntese “Muitas foram as aprendizagens. Mesmo a distância, consegui provocar e incentivar alunos a buscar conhecimentos, a cultivar a natureza e preservá-la”, ressalta a professora Solange.
Construção de utensílios
Os alunos do 5º ano da Emef Santo Antônio de Pádua, no mês de julho, também estudaram, dentre outros assuntos, sobre o meio ambiente, descobrindo a diferença entre os recursos renováveis e não renováveis. “Eles passaram a observar mais o lixo produzido em casa, tanto a quantidade dele quanto o tempo de decomposição, além de providenciarem o destino correto para cada um deles”, explica a professora da turma Rosirene Petter Quinot.
De acordo com ela, com a atividade os estudantes conseguiram descobrir que ambos os recursos são provenientes da natureza, porém de fontes distintas, cada um com o seu valor para a humanidade. “Com o apoio da família os alunos construíram utensílios muito divertidos e práticos, com objetos produzidos a partir de recursos não renováveis, como ventilador, cofrinho, porta-lápis, boneco, floreira e brinquedos”, menciona.
Rosirene ainda complementa que para fazerem uso dos recursos renováveis, cada aluno fez a semeadura ou plantio de uma muda de árvore, flor, hortaliça ou folhagem, fornecendo a luz solar necessária, a quantidade suficiente de água e protegendo de ervas daninhas. “Ou seja, cuidando dela para que ela cuide de nós”, acrescenta a professora.