Atraso nas obras, vandalismo e falta de dinheiro: a ‘saga’ da Emei Xangrilá

-

Às vésperas do início do ano letivo nas escolas municipais, ainda não será tão logo que o município terá condições de ‘desafogar’ a lista de espera na Educação Infantil. Isso porque a Emei do bairro Xangrilá, projetada como a maior de Venâncio Aires (188 crianças), segue sem prazo de conclusão.

Embora já esteja com mais de 80% da estrutura física pronta, praticamente na fase de arremates e pinturas, o entrave é o dinheiro. São R$ 671.370 que faltam ser enviados pelo Governo Federal para terminar a obra. Dentro desse montante, a própria União já aprovou uma parcela referente a abril de 2020, mas que ainda não foi paga.

“Com a pandemia, o Governo Federal naturalmente priorizou a saúde”, justificou o engenheiro da secretaria de Educação de Venâncio, Alexandre de Bortoli. Com isso, segundo ele, a Prefeitura precisou bancar alguns atrasos e a contrapartida chegou a R$ 565 mil.

Se não bastasse o atraso de repasses federais, o local foi alvo de vandalismo nos meses de obras paradas (veja box). “Com o prédio abandonado, ocorreram furtos. Uma verdadeira quebradeira em tubulações atrás de material elétrico, que resultou em um grande prejuízo”, lembrou o engenheiro.

Valores

A obra está estimada em R$ 2,373 milhões. Quando foi projetada, em 2016, o valor inicial previa custos de R$ 1,686 milhão – aumento de quase 30%.

Segundo o engenheiro Alexandre de Bortoli, o projeto original sofreu alguns ajustes e valores foram atualizados. “Diversos itens aumentaram bastante de preço e também foram incluídas melhorias na obra que originalmente não estavam previstas. Além disso, tem a correção da defasagem da tabela Sinapi da Caixa”, explicou, se referindo ao Sistema de Preços Custos e Índices, que informa os valores de projetos e índices da construção civil.

Atrasos

  • Pelo cronograma inicial especificado, a Emei deveria estar pronta desde meados de 2017.
  • Segundo a Prefeitura informou, ainda em 2018, o atraso na obra aconteceu, principalmente, pelo entrave com a empresa anteriormente responsável pela obra e que alegou dificuldades financeiras.
  • Sem cumprir os prazos, foram meses de obra parada em 2018. A Prefeitura notificou a empresa e posteriormente houve o distrato do contrato.
  • Depois de novo processo licitatório, a Pellegrini & Pellegrini, de Lajeado, assumiu os trabalhos em agosto de 2019. Desde então, o engenheiro Alexandre de Bortoli diz que a obra tem seguido o cronograma, embora a empresa esteja com quadro de funcionários reduzido.
Foto: Débora Kist/Folha do Mate

Estrutura

A Emei do bairro Xangrilá, localizada na esquina das ruas Albino Füss e Henrique Mylius, será a maior escola de educação infantil do município, com capacidade para até 188 crianças em turno integral. Com uma área de 1.510 metros quadrados, foi projetada no modelo Pró-Infância 1. São 11 salas de aula, refeitório, cozinha, lactário, sala de amamentação, área de recreação e almoxarifado.

“Nossa meta é colocá-la em funcionamento, de preferência em 2021. Até porque o tempo que essa obra está em andamento é quase inaceitável.”

ÉMERSON HENRIQUE – Secretário de Educação

LEIA MAIS: 

Atraso nas obras, vandalismo e falta de dinheiro: a ‘saga’ da Emei Xangrilá



Débora Kist

Débora Kist

Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) em 2013. Trabalhou como produtora executiva e jornalista na Rádio Terra FM entre 2008 e 2017. Jornalista no jornal Folha do Mate desde 2018 e atualmente também integra a equipe do programa jornalístico Terra em Uma Hora, veiculado de segunda a sexta, das 12h às 13h, na Terra FM.

Clique Aqui para ver o autor

    

Destaques

Últimas

Exclusivo Assinantes

Template being used: /var/www/html/wp-content/plugins/td-cloud-library/wp_templates/tdb_view_single.php
error: Conteúdo protegido