O modelo cívico-militar na Escola Cidade Nova, desde que foi anunciado, é aguardado ansiosamente pela comunidade do bairro. A implementação do formato ainda não tem previsão concreta de acontecer, porém, os processos estão em andamento. A coordenadora pedagógica, Juliane Niedermeyer, e o secretário de Educação, Émerson Eloi Henrique, relatam que há interação com a equipe da Secretaria de Educação do Estado (Seduc-RS), que é responsável pelos trâmites da implementação do modelo.
O coordenador das escolas cívico-militares do Rio Grande do Sul, Marcelo Borella, que trabalha na Seduc-RS, afirma que os profissionais que devem atuar na Escola Cidade Nova foram solicitados para a Brigada Militar e o edital ainda deve ser aberto para receber inscrições. Segundo ele, a intenção é que a escola receba o modelo em todos os anos do Ensino Fundamental, do 1º ao 9º ano e, com isso, devem ser designados de três a quatro policiais para atuar como monitores.
“A demora para implementação do modelo se dá pelo atraso do Município em encaminhar os documentos necessários”, explica Borella. Segundo ele, o formato cívico-militar foi confirmado ainda na gestão municipal anterior, em 2020, e somente no fim de 2021 foram encaminhados todos os documentos para sequência do processo, entrando assim em um novo convênio.
A documentação necessária para o projeto já foi totalmente entregue, inclusive pessoalmente pelo secretário Émerson e, em novembro, equipe diretiva da escola e da Secretaria de Educação participaram de um seminário que promoveu um primeiro contato com as mudanças e outras escolas que já usam o modelo.
No momento, a Secretaria Municipal de Educação espera retornos por parte da Seduc, que é responsável pela contratação de profissionais – policiais militares aposentados -, que devem vir para a Escola Cidade Nova para atuar como monitores. O salário será pago pelo Estado, mas o adicional de retorno deste profissional, conhecido como Guia Especial de Retorno à Atividade (Gera), será custeado pelo Município, bem como seu uniforme. A vestimenta das crianças também será custeada pela Administração Municipal de Venâncio Aires, no entanto há um prazo maior para que esta exigência seja cumprida.
A SME também recebeu informações através da cartilha das diretrizes das escolas cívico-militares que são base para a implementação e estruturação do modelo. “É importante observarmos como o programa vai se comportar ao recebermos uma data específica para início. Depois, vamos sentar e conversar para termos todas as informações e podermos repassar para a escola”, afirma Henrique. Depois da definição de uma data de início, todos os profissionais da escola e equipe pedagógica passarão por uma formação.
Juliane destaca que os policiais contratados que vão atuar na escola não irão substituir o papel do professor. A função principal destes monitores é de atuar na padronização e organização de escola, com hasteamento da bandeira, canto do hino e filas, ou seja, todo um resgate de valores que acontecia antigamente nas escolas, uma vontade dos pais e da comunidade da escola ao aceitar a vinda do modelo cívico-militar. A formação pedagógica ainda ficará sob responsabilidade da SME e equipe pedagógica. A entrada do monitor em sala de aula só ocorrerá caso haja a aplicação da disciplina Projeto de Valores, que será repassada em conjunto por professores e monitores.
Nada oficial
A diretora da Escola Cidade Nova, Rosemeri Cecília Beier, afirma que, até o momento, a instituição não recebeu nenhuma comunicação oficial da Seduc. Dessa forma, o ano letivo de 2022 foi iniciado da maneira convencional. “Estamos aguardando o repasse de informações por parte da Secretaria de Educação.” Rosemeri observa que pediu a tentativa de incluir os anos iniciais também na proposta da escola cívico-militar para não haver divisão na aprendizagem das turmas, porém, aguarda um retorno sobre a definição final.
- 305 é o número total de alunos da escola. Só nos anos finais são 118. Um monitor deve ser contratado a cada 90 alunos.
Saiba mais
• Por decreto, desde 2020, a Emef Cidade Nova é chamada de Escola Municipal Cívico-Militar de Ensino Fundamental Cidade Nova. A mudança de nome aconteceu mesmo que o educandário ainda não tivesse aderido formalmente ao programa.
Disciplina
Borella destaca que após a implementação do formato nas escolas, os comentários que recebeu foi que em menos de seis meses, o educandário se transforma “da água para o vinho”. “A ordem, comprometimento e a disciplina são seguidas à risca, e toda a comunidade escolar nota as mudanças positivas.”
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