Pode parecer simples, mas além de despertar a curiosidade e a imaginação das crianças, realizar uma atividade de escavação no pátio da escola amplia o conhecimento dos pequenos. E foi justamente essa experiência que os alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Narciso Mariante de Campos, de Linha Tangerinas, no interior de Venâncio Aires, tiveram no fim do mês de junho.
A pracinha da instituição de ensino se transformou em um sítio arqueológico onde os estudantes aprenderam as técnicas básicas de escavação e, a partir disso, encontraram peças de cerâmica, um baú com diversos itens e ainda um ‘esqueleto’, que havia sido enterrado em um caixão.
Essa oficina foi orientada pelo professor Sergio Klamt, que coordena o Centro de Ensino e Pesquisas Arqueológicas da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), e pelo professor do curso de Comunicação da Universidade e voluntário do projeto, Hélio Afonso Etges. Além disso, a ação contou com a participação da professora das turmas de 4º e 5º anos da escola, Priscila Wagner Pereira.
O começo
A ação faz parte de um projeto de valorização, extroversão e divulgação do patrimônio cultural, desenvolvido pelo educandário em parceria com a Unisc. O primeiro contato entre as duas instituições aconteceu em outubro do ano passado, quando os alunos da escola apresentaram um projeto sobre o Cerro do Baú, ponto turístico de Venâncio Aires, localizado em Vila Arlindo.
A iniciativa é denominada ‘Valorizando o Cerro do Baú: uma maravilha natural de Venâncio Aires’. Os encontros do projeto iniciaram em março deste ano e as oficinas são realizadas mensalmente. Eles contemplam atividades teóricas e práticas e envolvem alunos do 2º ano ao 5º ano do Ensino Fundamental, totalizando 28 estudantes.
Para o mês de dezembro está prevista uma atividade de encerramento no Cerro do Baú, com a entrega de brindes do projeto e a participação das famílias. Segundo o professor Sergio Klamt, a partir dessa iniciativa se busca ampliar o conhecimento dos alunos sobre a importância do Cerro do Baú.
“Não adianta ter um patrimônio se as pessoas não cuidam dele. Através desse projeto cada aluno vai ser um protetor do local”, destaca. Tanto que agora o projeto da Escola Narciso foi renomeado para ‘Valorizando o Cerro do Baú: para uma educação patrimonial de sucesso.’ “Queremos resgatar a história de um patrimônio cultural do município, valorizar e cuidar dele”, observa a professora Priscila.
Antes da oficina de escavação, os alunos já haviam participado de outras atividades. Eles contaram histórias apenas com a utilização de símbolos, fizeram réplicas de petroglifos (escrita em pedra) e confeccionaram réplicas de peças originais em gesso, como lâminas polidas e pontas de flecha.