Da tradição às oportunidades com a Língua Alemã

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Com grande parte da população venâncio-airense com descendência germânica, é comum encontrar pessoas conversando em alemão. No posto de saúde, no supermercado, em festas comunitárias, nos jogos de futebol pelo interior ou em estabelecimentos comerciais no Centro da cidade, é natural ouvir diálogos no dialeto alemão, que é mantido e perpetuado há gerações pelas famílias. Além disso, há também quem aprenda o idioma na escola.

No Colégio Gaspar Silveira Martins, as aulas de Alemão são ministradas desde a Educação Infantil, para alunos a partir de 4 anos, até o 8ª ano do Ensino Fundamental. Do 9º ano ao Ensino Médio, o idioma é oferecido como atividade complementar. O diretor pedagógico, Mauro Régis de Oliveira, observa que o Alemão, assim como o teatro e a música, que também fazem parte do currículo na escola, são heranças dos imigrantes. “Os colonizadores trouxeram esses princípios de valorizar a educação, de não apenas ler e escrever, mas saber mais, ter uma formação cultural”, observa.

O professor Altair Luís Bender, 52 anos, ministra aulas de Alemão no Gaspar há 30 anos. Herr Bender, como é conhecido, atua com as turmas de 6º a 8º ano, com duas horas-aula semanais. “Com isso conseguimos dar uma boa base para que o aluno conheça o idioma e tenha um diferencial no currículo”, comenta. No 8º ano, é aplicada a prova de proeficiência em Alemão, com certificado pelo Goethe-Institut.

Também professora de Língua Alemã no Gaspar, Luciani Vogt, 49 anos, ressalta o quanto a oferta do idioma para os estudantes, desde a Educação Infantil, é um diferencial na formação e um estímulo para os alunos expandirem os horizontes. “É possível sair do Ensino Médio com chance de bolsa em instituições de ensino da Alemanha. O Inglês já é obrigatório na sociedade atual e o Alemão é um diferencial, uma opção a mais que pode contribuir muito no mercado de trabalho e em chances de intercâmbio”, analisa.

Estudante do 8º ano, Bernardo Schmidt, 13 anos, teve o primeiro contato com o idioma na escola e se interessa bastante pela disciplina. Ele não descarta a possibilidade de um intercâmbio no futuro, já que tem desejo de conhecer a Alemanha. “Acho importante uma língua estrangeira para evoluir, se desenvolver de forma pessoal. É um passo à frente”, considera o aluno.

Cultura alemã

Bender e Luciani comentam ainda que, além de ensinar a falar e escrever em alemão, o ensino do idioma envolve aspectos culturais. “Através da língua vai sendo trabalhada a cultura, aprendendo sobre a história e também a Alemanha atualmente, os diferenciais na educação, saúde, qualidade de vida, preocupação ambiental, mostrando situações que levam os alunos a refletirem”, cita Bender.

Nas turmas de anos iniciais, ensino do idioma ocorre de forma lúdica, com música e atividades de colorir (Foto: Juliana Bencke/Folha do Mate)

Escola Municipal Alfredo Scherer oferece aulas do idioma

Professor Gilson Klemz, da Emef Alfredo Scherer (Foto: Juliana Bencke/Folha do Mate)

Na rede municipal de ensino de Venâncio Aires, a Escola Alfredo Scherer, localizada no bairro Leopoldina, oferece a Língua Alemã como disciplina, a partir do 6º ano, além do Inglês, ministrado em todas as instituições de ensino. O Alemão também é trabalhado com estudantes dos anos iniciais, durante a Hora Atividade – momento de planejamento das aulas do professor da turma. Em 2024, as aulas são realizadas com turmas de 2º e 5º ano.

O professor de Alemão Gilson Klemz, que atua na escola há 10 anos, explica que a intenção é promover um primeiro contato com o idioma e proporcionar que os alunos possam ler, escrever, ouvir e falar em alemão, com uma base até o fim do Ensino Fundamental. Embora alguns estudantes saibam um pouco do dialeto pelo convívio familiar, a maioria não fala alemão. “Procuro sempre motivá-los e reforçar o porquê de ter o idioma como algo a mais, um diferencial para a vida. Para muitos, é a possibilidade de ter, na escola, o primeiro contato com a Língua Alemã.”

“O idioma não é apenas a gramática, é uma forma de pensar uma cultura diferente, refletir, ver que existe outro mundo além.”
GILSON KLEMZ – Professor de Língua Alemã

Klemz também comenta que o trabalho busca ir além do ensino da gramática, abrangendo os aspectos culturais. Exemplo disso é uma pesquisa realizada pela turma de 9º ano com as famílias, em alusão ao Bicentenário da Imigração Alemã. Recentemente, eles também visitaram o Museu de Venâncio Aires.

Nesta semana, a tradição do idioma alemão foi tema do programa Folha 105 – 2ª Edição, da rádio Terra FM, com participação de pessoas que falam o dialeto e do professor Altair Bender. Confira!



Juliana Bencke

Juliana Bencke

Editora de Cadernos, responsável pela coordenação de cadernos especiais, revistas e demais conteúdos publicitários da Folha do Mate

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