Segundo Administração Municipal, concentração de profissionais na área reflete tanto uma escolha de gestão quanto uma necessidade estrutural (Foto: Júnior Posselt/Folha do Mate)
Segundo Administração Municipal, concentração de profissionais na área reflete tanto uma escolha de gestão quanto uma necessidade estrutural (Foto: Júnior Posselt/Folha do Mate)

Venâncio Aires - A Prefeitura de Venâncio Aires conta atualmente com 1.839 funcionários, entre estatutários, contratados de forma temporária, comissionados, empregados públicos, agentes políticos e secretários. Levantamento do Departamento de Recursos Humanos do Município mostra que sete dos dez cargos com mais vagas ocupadas estão ligados à educação, área que concentra o maior contingente de profissionais no serviço público municipal.

Os dados ajudam a dimensionar a estrutura da rede e reforçam o peso da educação dentro da administração. Para o secretário de Governança e Gestão, Tiago Quintana, os números mostram de forma clara o papel dos servidores no funcionamento da cidade. “O servidor público é a espinha dorsal do funcionamento da nossa cidade. Cada serviço que chega à população — seja na escola, no posto de saúde, na assistência social ou nas ruas — passa pelas mãos de um servidor comprometido. Em Venâncio Aires, a qualidade do serviço público está diretamente ligada à dedicação e à competência desses profissionais. Eles garantem continuidade, estabilidade e qualidade na execução das políticas públicas”, afirma.

ESTRUTURA E PRIORIDADE

As funções com mais servidores incluem professores, monitores e agentes escolares, evidenciando a amplitude da rede municipal de ensino. Para Quintana, a concentração de profissionais na área reflete tanto uma escolha de gestão quanto uma necessidade estrutural.

“A educação é, sem dúvida, uma prioridade da Administração, porque investir nas crianças e nos jovens é investir no futuro do município. Mas também é uma necessidade estrutural: a rede municipal é extensa, abrange escolas urbanas e do interior, e exige um número expressivo de profissionais para garantir o atendimento de qualidade. Portanto, a concentração de servidores nessa área traduz tanto o compromisso com a educação quanto o tamanho da estrutura necessária para mantê-la funcionando bem”, explica o secretário.

FORTALECIMENTO DO QUADRO EFETIVO

Do total de servidores públicos do Município, 1.446 são estatutários, 227 têm contratos temporários, 93 ocupam cargos em comissão e 58 são empregados públicos. Também integram o quadro 15 agentes políticos e secretários.

Segundo Quintana, a Administração busca tornar o quadro mais equilibrado e estável. “Os contratos temporários, em muitos casos, atendem a necessidades imediatas ou sazonais, mas o objetivo é fortalecer o quadro efetivo, garantindo mais segurança jurídica e valorização dos profissionais. A realização de concursos públicos e o planejamento de reposições fazem parte dessa estratégia”, pontua.


Os cargos com mais vagas ocupadas na Prefeitura de Venâncio Aires

CargoVagas ocupadas
Professor de educação infantil de Emeis175
Professor de anos iniciais152
Monitor de Educação Infantil107
Monitor de Educação Básica (contrato temporário) 103
Monitor de Educação Básica83
Agente escolar80
Motorista62
Professor de Educação Infantil48
Operário padrão47
Agente comunitário de saúde45

Fonte: Departamento de Recursos Humanos do Município de Venâncio Aires (outubro de 2025)

Arlete Haupt: realização na escolha por ‘servir’ como professora

Arlete é professora da Educação Infantil da rede municipal há 12 anos e atua na Emei Vovô Weber (Foto: Alan Faleiro)

Entre os profissionais que compõem esse cenário está a professora da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Vovô Weber, do bairro Diettrich, Arlete Haupt, 48 anos. Ela está há 12 anos no cargo e atualmente atende turmas de Educação Infantil de nível Pré-A (4 a 5 anos) e Pré-B (5 a 6 anos). Somando outras experiências, são 26 anos de trajetória na área.

Ela descreve a docência como uma realização pessoal, embora reconheça as dificuldades que o trabalho impõe. Antes de se tornar professora, formou-se técnica em Contabilidade, atendendo a um desejo do pai. “Ele não queria que eu seguisse a carreira de professora por causa da falta de valorização. Mas, como era o meu sonho, depois de formada em Contabilidade, concluí o Magistério e, mais tarde, a Pedagogia na Unisc, em 2004”, conta.

Hoje, Arlete destaca os desafios de acompanhar as transformações na forma de ensinar. “É gratificante, mas tem suas dificuldades. A tecnologia, os novos recursos e as mudanças na sociedade nos desafiam a buscar formas de tornar o aprendizado interessante. Muitas vezes, o professor precisa ir além, sendo quase psicólogo, médico ou mesmo pai e mãe, diante das questões sociais que chegam até a escola”, relata.

Ainda assim, o sentimento predominante é o de satisfação. “Fico bem realizada quando consigo ver os avanços dos estudantes. Sem a nossa profissão não existem as outras. A Educação Infantil é esse ponto de partida onde se forma o ser”, resume.

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Alan Faleiro

Com foco na produção de notícias sobre negócios, contribui para divulgar o que é relevante no mundo corporativo e tudo o que mais impacta a comunidade local.

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