Ampliar o atendimento do tempo integral nas escolas municipais de Venâncio Aires é uma das metas do secretário de Educação, Émerson Henrique. Não se trata de um objetivo a curto prazo e dificilmente deve acontecer em 2021, mas foi classificado como “um grande desafio” no mandato.
Atualmente, considerando as 22 Escolas de Ensino Fundamental (Emefs), o serviço é oferecido na Otto Gustavo Daniel Brands, do bairro Brands desde 2011, na São Judas Tadeu, do bairro Grão-Pará, que é toda integral desde 2015, e na Odila Rosa Scherer, do bairro União, que tem o chamado turno oposto desde 2007.
E deve ser esta última, a pioneira em atividades paralelas no município, a ‘ficha número 1’ para a ampliação do atendimento. “Ela já tem o turno oposto para as séries iniciais e a ideia que se tenha o tempo integral, quem sabe do 5º ao 9º anos. Seria um momento importante para dar aquela ‘alavancada’ nos adolescentes antes do Ensino Médio.”
Os argumentos também passam por ser uma escola com bons resultados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), por ter área para ampliar o espaço físico – terreno ao lado do ginásio – e pela proximidade com o Centro. “É um grande desafio, uma meta a longo prazo que gostaríamos de realizar. A Odila é uma ideia inicial, principalmente por ser mais central e ter espaço para ampliação”, justificou.
Sobre considerar outras ‘candidatas’, Henrique disse que o objetivo é levar para mais escolas. “Isso é da nossa bandeira [referência ao PDT de Leonel Brizola], mas terá de ser algo bem mais para frente.” Vale lembrar que, ainda em 2019, a Administração anterior elencou a José Duarte de Macedo e a Cidade Nova como as próximas para receber o tempo integral.
Plano Nacional
O Plano Nacional de Educação (PNE) prevê que, até 2024, metade da rede básica municipal deve oferecer o tempo integral. Com três Emefs e considerando as 13 Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis), Venâncio Aires está próximo disso – 16 de 35.
Atualmente
- A Odila Rosa Scherer mantém o turno oposto desde 2007. Na escola do bairro União, até 2019 e antes da pandemia, eram cerca de 100 alunos beneficiados entre 1º e 4º anos. Eles estudavam à tarde, mas iam pela manhã para participar de atividades extras, como oficinas e recreação.
- Na Otto Brands, também eram cerca de 100 crianças atendidas em tempo integral entre 1º e 3º anos (duas turmas de cada). Assim como no Odila, estudavam pela tarde, mas de manhã estavam inseridas em várias atividades e oficinas.
- Na São Judas Tadeu, que mantém turmas de 1º a 5º anos, o turno extra é oferecido a todos os alunos. Ou seja, a escola do bairro Grão-Pará é totalmente integral.
Informatização e empreendedorismo também são metas
Enquanto o tempo integral fica para o longo prazo, Émerson Henrique revelou objetivos mais próximos de uma concretização. Um deles é seguir com o processo de informatização do ensino.
“Acabou virando um legado da pandemia e precisamos manter algumas ferramentas. Mas além do Classroom [sistema de gerenciamento de conteúdo para escolas], vamos pensar em um aplicativo que conecte escolas, secretaria e as famílias. Nos próximos dias já teremos novidades.”
Segundo o secretário, um modelo possível de seguir é o ‘Escola RS’, onde além do conteúdo é possível lançar as notas e fazer a chamada.
Outra meta lançada por Henrique é trabalhar o empreendedorismo na sala de aula, até como disciplina. “Precisamos de um aluno mais autônomo, no sentido de conhecer e administrar a própria vida futuramente. A escola pode assumir isso para ajudar nessa organização futura.”