Por Ana Carolina Becker e Cassiane Rodrigues
A interrupção das atividades nos turnos opostos alterou mais uma vez o dia a dia das famílias, que já tinham se organizado para a nova rotina. Mais do que isso, o sentimento foi de decepção para muitas crianças que estavam gostando do tão esperado retorno ao convívio dos amigos.
A mãe de um menino que frequentava o Espaço Pedagógico Alçando Voo, que prefere não ser identificada, diz que o filho ficou frustrado por não poder frequentar o local novamente. Ela afirma que autorizou o retorno do menino ao turno oposto devido ao número reduzido de crianças e por ter confiança nas professoras do espaço. “Temos uma confiança muito grande na equipe, sabemos os cuidados rigorosos que as professoras têm”, afirma.
Ela comenta que o filho estava pedindo muito para voltar para o espaço, pois estava ocioso em casa. O menino de 8 anos e o irmão, de 5 anos, ficavam com o pai, que está trabalhando em casa desde o início da pandemia. “Optamos por o mais velho voltar neste momento por ele entender bem os cuidados necessários”, explica.
A mãe relata que os filhos já estavam muito agitados e inquietos, acabavam ficando mais tempo jogando videogame e, desde que um deles voltou ao turno oposto, estava mais calmo. “O mais velho tinha que sair escondido do irmão mais novo, porque ele também tinha começado a frequentar o espaço neste ano e sente falta das brincadeiras e do convívio”, conta.
A retomada que durou um dia
As escolas privadas de Educação Infantil de Venâncio Aires se organizaram para a retomada das atividades, mas devem permanecer fechadas a partir de hoje. É o caso do Centro Educacional Educare. Depois de adotar os protocolos sanitários para a volta das atividades, a gestora Stefana Weiss foi pega de surpresa com a decisão que levou ao fechamento das escolas de Educação Infantil particulares e Turnos Opostos de Venâncio Aires.
As escolas de Educação Infantil da rede privada de Venâncio Aires, a partir do decreto municipal, foram autorizadas a receber os alunos na terça-feira, 1º. No entanto, com a recomendação do Ministério Público do RS, a Prefeitura precisou revogar o artigo que tratava desta flexibilização. Com isso, alguns estabelecimentos atenderam somente um dia.
Segundo a gestora da Educare, o ‘primeiro e último’ dia de aula na terça-feira foi tranquilo. “Achamos que, pelo fato de estarem afastadas desde março, as crianças precisariam passar, novamente, por uma adaptação, mas elas foram muito tranquilas”, avalia. Agora, a expectativa é para a retomada das atividades na terça-feira, 8. “De forma lúdica, mostramos às crianças essa nova realidade. Tudo aconteceu de forma muito tranquila e eficaz”, observa.
Segundo ela, entre as orientações estava a de que cada família enviasse, junto com o aluno, os brinquedos, já que os da escola foram isolados.
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