Governo pede volta das aulas, contudo a greve vai continuar

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A greve do magistério estadual completa um mês nesta quinta-feira, 5. Em Venâncio Aires, as cinco maiores escolas do município suspenderam totalmente as aulas: Cônego Albino Juchem, Monte das Tabocas, Wolfram Metzler, Crescer e Adelina Isabela Konzen. Na Frida Reckziegel e na Sebastião Jubal Junqueira a paralisação é parcial.

Ontem, o Governo do Rio Grande do Sul voltou a pedir o retorno das atividades letivas. No entanto, o Centro de Professores do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato) assegura que os servidores só voltarão ao trabalho depois que o governador José Ivo Sartori garantir o fim dos parcelamentos salariais.

Na manhã de ontem, o núcleo de secretários da Coordenação de Governo se reuniu com lideranças das Coordenadorias Regionais de Educação (CREs). De acordo com o Palácio Piratini, a reunião teve como principal objetivo “comunicar aos coordenadores que o canal de diálogo entre o Governo e as escolas se mantém aberto, e também alertar para os riscos ao ano letivo causados pela greve de professores.”

No fim da semana passada, o Governo havia anunciado o corte no ponto dos servidores que estão em greve. Apesar disso, uma liminar judicial impediu a medida. Ontem, o secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Branco, disse que o objetivo é recorrer da decisão, que está sendo analisada pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE).

“A nossa grande preocupação não é ser contra ou a favor de algum sindicato, mas de manter nosso compromisso com os alunos. A educação deve estar aberta a todos para retomarmos a normalidade do ano letivo.”

Ronald Krummenauer
secretário estadual da Educação

De acordo com ele, as informações sobre a real situação financeira do Estado estão sendo distorcidas. “Contamos com o apoio daqueles que trabalham na ponta, os coordenadores de Educação. Não temos solução milagrosa para curto prazo. O que podemos fazer é sentar e dialogar. Estamos pensando nas futuras gerações, para fazer com que o Estado volte a ter protagonismo e mais qualidade no ensino”, destaca.

Pagamento integral

Em contrapartida, o Cpers sustenta que há dinheiro para pagar, em dia, os servidores estaduais, se o Governo diminuir isenções fiscais de empresas – valor que gira em torno de R$ 9 bilhões, por ano. “Entre empresariado e funcionalismo, Sartori tem optado pelo empresariado. O Governo não se posiciona ao lado de quem faz o serviço público acontecer”, diz a diretora do 18º núcleo do Cpers, Marione Drebel.

De acordo com ela, além da garantia do fim dos parcelamentos salariais, a categoria luta pela retirada de projetos que afetam direitos trabalhistas como triênios e licença prêmio. “São benefícios conquistados a duras penas, durante anos, que ajudam a melhorar o nosso salário. Com os parcelamentos, muitos servidores estão tendo que pagar muitos juros em bancos e com seu psicológico afetado. Quando alguém fica doente, não há quem substitua na escola”, comenta.

“É um direito do aluno ter seus dias e horas de aula garantidos, mas seguimos em greve enquanto o Governo não garantir o fim dos parcelamentos. Estamos lutando pela escola pública de qualidade.”

Marione Drebel
diretora do 18º núcleo do Cpers

Essas e outras questões devem ser explanadas em reuniões com a comunidade escolar de Venâncio Aires, nos próximos dias. “Queremos sentar com a comunidade e explicar a situação. Sabemos que o encerramento do ano letivo será só no ano que vem mas, além do nosso salário, estamos lutando pela escola pública de qualidade.”

Hoje, professores da região participam de um ato na Praça da Matriz, em Porto Alegre, para pressionar os deputados a votarem contra os projetos que alteram os direitos dos educadores.

    

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