IFSul já consertou mais de 440 eletrodomésticos atingidos pelas enchentes

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Desde os primeiros dias depois das enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul, os estudantes e professores do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) campus Venâncio Aires estão empenhados em receber, consertar e devolver eletrodomésticos que foram avariados pelas cheias. Na semana passada, a equipe fechou um mês de trabalho voluntário nesta ação de reparo em benefício às famílias que tiveram suas casas inundadas.

Já foram recebidos 540 equipamentos de moradores de Venâncio Aires, Cruzeiro do Sul, Santa Cruz do Sul, Sinimbu e Vera Cruz. Destes, 444 já estão consertados e 411 foram devolvidos. O professor Gelson Peter Corrêa explica que o trabalho foi iniciado com recebimento de geladeiras, freezers, micro-ondas e fornos elétricos, mas com a elevada demanda e dificuldade de aquisição de peças, a equipe acabou focando apenas em geladeiras e freezers para conseguir atender as famílias o mais rápido possível, assim foi restringido o recebimento de micro-ondas e fornos elétricos.

“Peço para as famílias terem paciência quanto ao tempo de conserto dos eletrodomésticos, pois algumas peças e placas ainda não chegaram por dificuldade de transporte ou falta de estoque nos fornecedores. A equipe está fazendo o melhor que pode para atender a todos o mais rápido possível”, comenta Corrêa.

Ele enfatiza que, no momento, são recebidos apenas geladeiras e freezers sob agendamento. As pessoas devem fazer contato (veja no box), de preferência pelo WhatsApp, para agendar a entrega dos eletrodomésticos no campus. Caso o morador não tenha transporte, a equipe do IFSul tenta viabilizar com um apoiador da ação.

Parceria deve ficar

O professor ressalta que a Cooperativa Sicredi tem sido uma das parceiras no financiamento de compra de peças e materiais para o conserto dos eletrodomésticos. Assim, é possível fazer o conserto com custo zero para as famílias. A Sicredi contribui com o apoio desde o cadastro, transporte dos materiais até a compra de equipamentos e componentes no próprio comércio da região.

O coordenador de cooperativismo e sustentabilidade da Sicredi, Marco Antônio da Rocha, reforça que a parceria entre a cooperativa e o IFSul já acontece há mais tempo e em outros projetos também. “O IFSul começou a ação e logo foi proposta a parceria, que deve evoluir para que se mantenha ativa mesmo depois das enchentes, com o objetivo de atender pessoas carentes da comunidade. Os estudantes ganham, com aprendizado e impacto social, e a comunidade ganha com atendimento de suas necessidades”, menciona.

Rocha destaca que o cooperativismo nasce com foco em entender e atender as necessidades que as pessoas possuem de forma coletiva e com o que todo o Rio Grande do Sul vive, a ajuda mútua, a solidariedade, a cooperação são fundamentais nesta reconstrução.

  • 50 – É o número aproximado entre estudantes, servidores, familiares e voluntários da comunidade que trabalham na equipe, com revezamento entre turnos e dias da semana. A equipe está no campus de segunda a sexta, das 9h às 17h.

Contatos para agendamento

  • Tiago (51) 99558-3047
  • Mikael (51) 99862-8351
  • Ana Beatriz (51) 99814-1387

Parceiros do IFSul

  • Cooperativa Sicredi, BikeArt Retífica, Alfatec, Evape, Schimidt Máquinas e Ferramentas, Boessio, Gottems, Mundo Animal Clínica Veterinária, SuperX transportes, Auêh Filmes, Simon & Filhos LTDA, UniTruck Center e Correios.

Mais de dois meses de greve em Venâncio

O Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul), campus Venâncio Aires, assim como a maioria dos institutos federais do país, ainda se mantém em greve. A mobilização iniciou em 3 de abril e se encaminha para os três meses de duração. Em Venâncio Aires, o IFSul está sem aulas desde o dia 17 de abril, pouco mais de dois meses. A expectativa, segundo o representante do Sinasefe do IFSul, campus de Venâncio Aires, professor Daniel Pezzi da Cunha, é que uma resposta positiva do Governo Federal seja recebida.

Cunha afirma que as negociações estão sofrendo um ‘duro embate’ com o Governo Federal, que é representado pelo secretário José Lopez Feijó, o responsável pelas Relações de Trabalho, que é quem está negociando e mantendo contato com os sindicatos. “O governo ainda nega reajuste salarial e orçamentário para este ano. Estão mantendo a decadência do ensino público federal, mas as entidades estão mobilizadas com movimentos principalmente em Brasília. O ideal é que isso já estivesse solucionado. Os sindicatos seguem na luta para concluir da melhor maneira possível”, explica ele.

A mais recente contraproposta unificada entre os sindicatos contém detalhes quanto a reestruturação das carreiras, entre elas o reajuste para técnicos administrativos de 4% para este ano; 9% para 2025; e mais 9% para 2026. Para a carreira docente, pedem reajuste linear de 3,5% na malha atual; 9% em 2025 como malha aglutinada; e 3,5% em maio de 2016, também em malha aglutinada. A proposta também compreende recomposição orçamentária e reajuste da assistência estudantil.

Nesta semana aconteceram assembleias de seções sindicais em todo o país. Algumas favoráveis ao encerramento da greve, outras não. Ele destaca que ainda não se tem um indicativo claro, pois os resultados têm sido meio a meio. “A seção IFSul deliberou pelo indicativo de encerramento da greve, mas isso não significa que a greve acabou, pois depende das definições das outras seções e também dos sindicatos Andes [Associação Nacional dos Docentes de Ensino Superior] e Fasubra [Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas Do Brasil]”, afirma. O representante do Sinasefe ressalta que uma definição deve ser formalizada na próxima segunda-feira, 24.

Anúncio do Governo

1 Na segunda-feira, 10, o Governo Federal anunciou mais R$ 4 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para instituições federais. O total do programa para a educação agora é de R$ 5,5 bilhões – R$ 1,5 bilhão já estava previsto.

2 No momento do anúncio, cerca de 100 pessoas protestavam na Praça dos Três Poderes. O PAC está dividido em três áreas: Consolidação, com R$ 3,75 bilhões para obras na estrutura física das universidades; Expansão, com R$ 600 milhões, em 10 novos campi; e Hospitais Universitários (R$ 250 milhões), com novas unidades e reformas nos já existentes.

3 O ministro da Educação, Camilo Santana, também anunciou um incremento de R$ 400 milhões no orçamento de custeio das universidades e institutos. A verba poderá ser usada por determinação dos reitores e gestores, sendo R$ 279,2 milhões para as universidades e R$ 120,7 milhões para institutos.

4 O representante do Sinasefe do IFSul, campus de Venâncio Aires, professor Daniel Pezzi da Cunha, ressalta que esse anúncio cria uma expectativa positiva para a educação federal, mas ainda é aguardada a decisão de como os recursos financeiros serão aplicados. “Provavelmente haverá reuniões decisivas, mas isso é apenas palpite. Não temos nada assinado ainda”, afirma.

5 Nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez declarações em tom de crítica sobre as greves das universidades e institutos federais e pediu a compreensão dos servidores. A Universidade de Brasília (UnB) retornou às atividades normais e, com isso, se tem a expectativa de que mais instituições do país também declinem sobre a greve.

Aulas

  • Nas atividades escolares dos estudantes, as aulas não serão perdidas, mas repostas posteriormente, acarretando na reformulação do calendário letivo, que pode contar com sábados letivos e atividades extras.
  • Assim que a greve for finalizada, deve ser realizada uma reunião com servidores para discussão do novo calendário, que posteriormente será divulgado aos estudantes. Atualmente são cerca de 600 estudantes presenciais na instituição.


Luana Schweikart

Luana Schweikart

Jornalista formada pela Unisc - Universidade de Santa Cruz do Sul. Repórter do Jornal Folha do Mate e da Rádio Terra FM

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