O ‘era uma vez’ está diferente na Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Yolita da Cruz Portella, do bairro Brígida. Desde o ano passado, professoras da instituição reutilizam os tonéis de fios elétricos e transformam em mesas coloridas. Personagens de histórias como Chapeuzinho Vermelho e os Três Porquinhos já foram pintadas nos móveis e outras estão sendo planejadas.
A diretora Loiva Bick e a vice-diretora da tarde, Marciane Fatima da Veiga, contam que a ideia surgiu após receberam a doação de um tonel. Elas não sabiam o que fazer com a mesa de madeira e decidiram pintá-la. “Primeiro íamos somente pintar. Depois que começamos tivemos a ideia de desenhar histórias e pintar, para estimular a literatura e criatividade dos alunos”, expõe Loiva.
A consciência ambiental e a reutilização também são trabalhadas a partir das mesas, segundo as professoras. “Ensinamos para as crianças que podemos reutilizar e dar mais utilidade. É uma forma de ensinar também”, argumenta a diretora.
Já são duas mesas e diversos bancos pintados. Como os tamanhos são menores, as mesas ficam na medida para os pequenos. Todas possuem rodinhas. Alguns bancos, que foram feitos no início, são revestidos de tecido. “Queremos fazer mais. Utilizar elas nas salas de aulas e em diversos momentos do dia a dia. Ainda aceitamos doações de tonéis”, afirma Marciane.
HISTÓRIAS
O educandário, que conta com uma biblioteca, tinha um projeto de empréstimos de livros para os alunos. Porém, durante a pandemia, a ação está suspensa. “Nas mesas conseguimos uma forma diferente de estimular a literatura nas crianças. Elas sentam e começam a contar a sua versão da historinha e lembrar. É lindo de ver”, afirma a professora Eneida Diniz, que pinta as mesas e os bancos.
Apaixonada por contação de histórias, Eneida destaca que a escola tenta sempre utilizar formas lúdicas para ensinar os alunos. Para ela, os contos são fundamentais nessa fase inicial de aprendizagem. “Saber falar, escutar, quais posturas são certas, o que pode ou não, são temas trabalhados por histórias. Além disso tudo, também é uma introdução para a interpretação de texto”, frisa.
A primeira reação dos alunos ao verem as mesas foi de alegria. A professora relata que eles sentaram e começaram a conversar sobre a história pintada. “Lembro que uma menina sentou e começou a falar que o lobo era amigo da chapeuzinho, outro já disse que ele era do mal. Assim eles foram usando a imaginação e conversando entre si. É gratificante ver o resultado e como eles gostaram”, comenta Eneida.
- A Emei ainda aceita doação de tonéis que possam virar mesas e bancos para os alunos. Quem quiser doar pode entrar em contato com a instituição pelo telefone 2183-0766.
“Queremos incentivar nossos alunos a reciclarem, a terem mais imaginação e gosto pela literatura. E também incentivar que as pessoas façam isso em casa.”
MARCIANE DE FÁTIMA VEIGA
Vice-diretora da Emei Yolita da Cruz Portella
- Procedimento das mesas
A professora Eneida Diniz explica que, antes de pintar, passa algumas mãos de tinta de fundo, depois faz o desenho, colore e, por fim, passa bastante verniz. Assim, a mesa terá mais durabilidade e fica fácil para higienizar. “Podemos deixar à disposição das crianças, que adoraram as mesas, e depois passar o álcool e outra turma pode usar.” Ela também utiliza filtro de café usado para enfeitar a base dos bancos e das mesas.
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