Televisores de LED, condicionadores de ar, notebooks, refrigeradores, trator e uma caminhonete zero quilômetro. Isso é parte do que a Escola Estadual de Ensino Médio Wolfram Metzler, do bairro Bela Vista, já recebeu em 2021 depois de ser contemplada junto com outras 27 escolas técnicas gaúchas.
Os itens têm sido encaminhados conforme compra do Estado e, mais recentemente, foi a vez da caminhonete cabine dupla 4×4 passar a integrar o patrimônio da escola. Ela deve ser usada para busca ativa de alunos, acompanhamento de estudantes em empresas onde fazem estágio e corridas atrás de orçamentos. Até então, a Wolfram contava com uma Kombi 1992 que fazia de um tudo. Mas ela não será aposentada e continuará sendo usado para outras necessidades.
Muitos dos itens recebidos (veja abaixo) e do que está por chegar, serão importantes para qualificar ainda mais o curso Técnico em Agroindústria, que é integrado ao Ensino Médio desde 2014. A própria escola teve liberdade de propor ao Estado o que seria mais necessário, desde que a lista coubesse dentro de um orçamento de R$ 1.483.619,09.
“Vivemos um momento histórico, pois nunca tivemos investimentos como agora. É uma grande alegria, porque esses equipamentos vão potencializar ainda mais o ensino técnico. A escola tem esse potencial, tem essa identidade com a agricultura, e o interesse é que continue assim”, destacou o diretor, Arno Romeu Rodrigues Junior.
Enquanto em 2021 a escola não teve turma de 1º ano no Técnico em Agroindústria, consequência da pandemia, o 2022 começa com 22 pré-inscritos que passarão a integrar o Ensino Médio, mais 11 que irão para o 3º ano. Muitos dos novatos são jovens de escolas próximas como Zilda de Brito Pereira, Cidade Nova, e Pedro Benno Bohn, de Vila Arlindo. “Tínhamos receio que com a pandemia e portanto com a dificuldade de buscar novos alunos, corríamos o risco de fechar o curso. Mas felizmente isso não aconteceu e temos tudo para fazer de 2022 um grande ano.”
O diretor explica ainda que a formação oferecida na escola tem contribuído para atender a demanda por mão de obra em determinados segmentos. “Muitas empresas parceiras, onde os alunos fazem estágio, como mercados, padarias e confeitarias, já encaminham a contratação deles.”
Investimentos
Os equipamentos novos foram garantidos pela Secretaria Estadual de Educação, através da Superintendência da Educação Profissional do Estado (SUEPRO). A Wolfram Metzler e mais 27 instituições técnicas gaúchas dividiram um valor de R$ 30 milhões.
Esse montante foi indicação da bancada gaúcha em Brasília, coordenada pelo deputado federal Giovani Cherini (PL), que também encabeça a Frente Parlamentar do Ensino Técnico. Tambem indicaram recursos os deputados federais Afonso Motta (PDT), Bibo Nunes (PSL), Carlos Gomes (Republicanos), Danrlei de Deus Hinterholz (PSD), Heitor Schuch (PSB), Lucas Redecker (PSDB), Marlon Santos (PDT) e Pompeo de Mattos (PDT), além do senador Lasier Martins (Podemos).
Desde abril, quando houve o anúncio, a Wolfram já recebeu, por exemplo, quatro batedeiras planetárias, 11 liquidificadores industriais e 10 refrigeradores com capacidade de 380 litros. Ainda estão previstos, entre outros itens, centrífugas de mel, fogões industriais, freezers, gaiolas, roçadeira hidráulica, macacões de apicultura, aquecedores para aves, carrinhos de mão e carreta agrícola.
Também já estão na escola 12 condicionadores de ar e outros 15 ainda estão por chegar. Com isso, todas as salas, incluindo o refeitório, terão climatização. Conforme a direção, alguns serão substituídos e estes serão baixados do patrimônio e doados para outra escola estadual de Venâncio.
Outro repasse importante diz respeito à estrutura eletrônica da Wolfram. Nada menos que 88 notebooks e que parte será usada no espaço maker (para o desenvolvimento de projetos) já foram enviados e mais 11 microcomputadores serão repassados. Além disso, cada sala de aula conta com uma TV de LED 65 polegadas – 15 aparelhos.
Evoluir para ser autossuficiente
Quando a escola Wolfram Metzler surgiu, em 1957, foi pensada para ajudar na formação de filhos de agricultores, inclusive com internato. Foi e ainda é chamada por muitos venâncio-airenses de ‘escola agrícola’.
Essa identidade permanece e hoje, no espaço de 60 hectares, há lavouras de milho (para alimentação animal), hortaliças e frutas, além de suínos, bovinos, ovinos, galinhas (corte e ovos), codornas e mel. Para o plantio do milho, a escola conta com parcerias para compra de insumos. “A ideia é que a própria produção dê condições de repor as sementes para outras lavouras. Os investimentos são muito importantes e quando eles acontecem precisamos fazer a roda girar, para que dê outros resultados também. É um processo de evolução para buscar a autossuficiência da escola”, revelou o diretor Arno Junior.
Agropecuária
Enquanto trabalha para fortalecer o Técnico em Agroindústria, a escola mantém o desejo de implantar outro curso: o Técnico em Agropecuária o qual, inicialmente, seria subsequente ao Ensino Médio. Segundo diretor, o projeto já está na Secretaria de Educação, em Porto Alegre. “Agora cabe ao Estado, mas essa situação envolve uma série de fatores, como recursos financeiros e humanos.”
Segurança
Com tamanho patrimônio na escola e como ela já foi alvo de furtos, houve um grande investimento em segurança. Além do sistema de alarmes, o monitoramento por vídeo acompanha todos os cantos da escola, incluindo o alojamento dos animais.
De acordo com a direção, foram mais de R$ 10 mil investidos em segurança, com recursos da chamada ‘autonomia’, repassados mensalmente pelo Estado, e que a escola tem liberdade de gastar naquilo que considerar mais importante, desde que haja um planejamento prévio.
Região
A Wolfram Metzler, que oferece o Técnico em Agroindústria, é uma das três escolas da região que foram beneficiadas. Também receberam equipamentos a Escola Estadual de Ensino Médio Gastão Bragatti Lepage, de Candelária, onde tem o curso Técnico em Agronegócio, e o Colégio Estadual Técnico Agropecuário Dr. Zeno Pereira Luz, de Encruzilhada do Sul.