Entre as atividades culturais que caracterizam o Colégio Gaspar, o teatro é uma das que tem maior destaque. Grande parte desta história foi construída pela professora Rafaela Wenzel. Prestes a completar 46 anos de idade, ela tem praticamente toda a vida ligada à escola.
São 23 anos como professora, além de mais três como funcionária – inicialmente na biblioteca e depois com oficinas de teatro. No entanto, a relação é ainda mais antiga, considerando o período como aluna, desde a pré-escola, em 1983. Além disso, o pai dela, Arcélio Wenzel, foi professor do técnico em Contabilidade, curso que ela também fez no Gaspar.
Nas últimas duas décadas, Rafaela trabalhou com centenas de alunos. Atualmente, o teatro faz parte do currículo do 6º e 7º ano do Ensino Fundamental, junto da música e das artes plásticas. Além disso, é oferecido de forma extracurricular, no contraturno, para alunos a partir do 5º ano. Neste ano, são três grupos.
De acordo com Rafaela, as oficinas desenvolvem a expressão corporal e vocal, além do trabalho em equipe. Os estudantes também participam da elaboração da narrativa e escolha dos textos para as peças. “Esse processo criativo, de trabalhar com a invenção, é fundamental, muito importante para eles. Apesar de termos tido alunos que seguiram e cursaram Artes Cênicas, o objetivo principal do teatro na escola não é formar atores, o foco é pedagógico”, esclarece. Assim como a timidez pode ser trabalhada por meio do teatro, a professora também lembra de casos de alunos considerados bagunceiros, que conseguiram canalizar a energia no palco.
Todos os anos, são produzidas pelo menos duas peças teatrais no Gaspar, apresentadas na Amostra Estudantil de Teatro da Rede Sinodal de Educação (Atese) – voltada ao Ensino Médio, e que envolve escolas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná – e no Intercâmbio de Teatro da Rede Sinodal de Educação (Intesi), que é regional e abrange o Ensino Fundamental. “A vida cultural da escola é muito ativa e isso vem de muito tempo. Lembro que, quando eu estudava, eram realizadas noites culturais e até mesmo ginástica olímpica”, recorda.
Rafaela ressalta a evolução ao longo dos anos, com a conquista de mais estrutura para o teatro, com luzes, som, cortinas e armários para os figurinos. “Quando cheguei, era só o palco”, lembra ela, que se emociona ao falar sobre o quanto a escola representa na sua vida. “Tenho muito respeito por esse lugar, onde estou desde o pré e tenho chão como artista e professora. Enquanto puder, estarei aqui”, afirma a docente, que também é mãe dos estudantes Mateusa e José Marcolino.