Chauana Vedoy tem 17 anos. Ela mora com os pais, Maria Suzana e José, e o irmão Michel Luiz no bairro Brands. Até a 7ª série estudou na escola Otto Brands,

Foto: Vanessa Behling / Folha do MateApaixonada por carnaval, Chauana, que é madrinha de bateria da escola de samba Fiel Tribo já desfilou com chuva e doente
Apaixonada por carnaval, Chauana, que é madrinha de bateria da escola de samba Fiel Tribo já desfilou com chuva e doente

depois passou para o turno da noite da escola Macedo, onde completou o 1º ano do ensino médio.

Agora aguarda para, em janeiro, realizar os chamados provões, que servem para conclusão do ensino médio, sem necessidade de frequentar as aulas. Depois disso, será a vez de buscar a realização do seu maior sonho: cursar Direito. A partir de livros emprestados pela prima advogada, ela já busca conhecer mais sobre a profissão que pretende seguir. 

Assim, passa os dias em casa com a mãe. As duas passam o tempo fazendo doces, pães e cuidando da casa. Entre uma tarefa e outra, a jovem dá uma ‘fugidinha’, com uma cadeira embaixo do braço, até um campo de futebol que fica em frente da casa. No lugar, que é tranquilo, ela fica lendo. Alguns livros recentemente adquiridos ainda estão intactos, já que em tempos de concurso está estudando a história de Venâncio. Um dos livros preferidos dela é ‘Romeu e Julieta’, que já leu por três vezes.

Já, os finais de semana são reservados para os passeios de a cavalo, junto com o irmão. “Até fiz umas aulas de laço. Desde pequena sempre gostei.” Mas não é só assim que Chauana se diverte. O espelho e a maquiagem são suas companheiras. Trancada no quarto fica testando makes e tirando fotos.

Paixão pelo carnaval

Há cinco anos Chauana integra a escola de samba Fiel Tribo Guarani. “Não largo a Fiel Tribo por nada. Desde quando entrei, fui bem recebida, tenho uma paixão por todos, é uma família. Até já tive oportunidade de desfilar em outras escolas, fora do município, mas não fui.”

Ela frequentava ensaios, assistia desfiles, até que num evento de escolha da rainha da bateria, minutos antes ela foi convidada para participar. Como era menor de idade, com 13 anos, ela foi em casa pedir autorização dos pais, enquanto isso as amigas que já desfilavam arrumaram uma fantasia e ela então participou do concurso, no qual foi eleita rainha de bateria, título que ostentou por dois carnavais. Depois passou para madrinha de bateria, posto que ainda lhe pertence.

Para arrasar no desfile ela se prepara o ano todo. No rádio que tem no quarto não poderia tocar outra coisa. São sambas-enredos e pagodes que a fazem dançar e ensaiar coreografias, que irá apresentar na ‘Rua Grande’. As fantasias são planejadas, a partir de desenhos pesquisados e depois são adaptados e confeccionados por ela mesma, com o auxílio da mãe e também da carnavalesca da escola. Dedicada, ela já está buscando inovar no próximo desfile. Seu objetivo é ‘descer’ a Osvaldo Aranha, à frente da bateria, tocando caxeta.

Fenachim

Este não é seu primeiro concurso de beleza e nem a primeira vez que concorre à soberana da Fenachim. Tudo começou em 2002, quando participou do concurso do bairro e a faixa de Boneca da Vila ficou com ela. No educandário Otto Brands foi eleita cinco vezes a Gata da escola, destas, duas vezes na categoria infantil e três adulta. Já na Escola Macedo, também assegurou a faixa de rainha. Em 2012, desfilou para rainha do bairro e novamente assegurou o posto. O título fez com que disputasse o concurso anual da União das Associações de Moradores de Venâncio Aires (Uamva).

E foi assim que em 2013 participou do concurso que elegeu a 13ª corte da Fenachim. Ela que se encantava desde pequena com os vestidos das soberanas acreditou que era o momento de participar, no entanto, segundo ela, o nervosismo atrapalhou na conquista do objetivo. “Eu era muito nova, não tinha nenhuma base do concurso, então ficava muito nervosa nas provas. Aí como não deu, eu disse que participaria novamente, por isso estou concorrendo nesta edição.”

Diferente da edição passada, Chauana destaca que está bem preparada. “Na edição passada do concurso eu não sabia fazer chimarrão, agora todo dia já preparo o chimarrão da casa. Meu pai me ajuda a preparar modelos diferentes, vou enfeitando a cuia, antes entupia, agora meu pai já me ensinou um segredinho que ele não entope mais. Também fico no espelho ensaiando falas e a postura.”