Durante a audiência pública da Câmara de Vereadores, que tratou, ontem à tarde, da situação dos galhos, entulhos e do lixo doméstico em Venâncio Aires, um grande empreendimento foi anunciado pelo empresário Vorlei Mantelli, da Simon Construções e da Simon Empreendimentos Imobiliários.
Preocupado com o destino correto, especialmente da caliça, que são as sobras de obras, a construtora venâncio-airense anunciou a instalação de uma empresa de solução ambiental no município. Conforme Mantelli, o empreendimento é piloto no Brasil e deve solucionar parte dos problemas enfrentados no recolhimento de galhos e materiais de construção. Segundo ele, a ideia surgiu a partir da demanda da própria empresa, além de vir ao encontro da realidade enfrentada pelo setor, que vem encarando o crescimento do mercado imobiliário, mas sem alternativas para destinar o material das sobras das construções civis.
A empresa, que deve entrar em funcionamento até o final de maio, aguarda apenas a licença da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para operar. O proprietário não adiantou valores do investimento, nem mesmo o local da empresa, mas garantiu que a área, de 2,8 hectares, é próxima da cidade e que haverá geração inicial de mais de 10 empregos.
Com equipamentos comprados, todos provenientes do mercado gaúcho, a empresa será responsável por transformar galhos de podas em compostagem, podendo ser utilizada como adubo e tornar a caliça em matéria-prima para concreto. “é um grande empreendimento, que vai ajudar e muito o município a dar um grande passo nesta questão ambiental”, destacou. Segundo Mantelli, ainda não está definido como será firmado o convênio com o município, nem de que forma, efetivamente, será feito o recolhimento, mas disse que não haverá custos para o Município. Entretanto, cobrou mudanças na legislação ambiental municipal, especialmente na fiscalização, que segundo o empresário, deve aumentar para que Venâncio possa administrar essa mudança junto à população e garantir a certificação ambiental. “Se não, esse projeto, que tem um investimento alto, fica inviável”. O empreendimento também vem ao encontro ao cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que entre várias exigências, não permite a criação de novos aterros. “Com esse sistema pioneiro, poderemos dar destino a mais de 60 toneladas de caliça, por dia”, adiantou. Mantelli acredita que a solução ambiental irá atrair, inclusive, municípios da região, que enfrentam o mesmo problema.