A busca por geração de energias mais limpas e sustentáveis, aliada à alta constante nas taxas de energia elétrica e à oferta de linhas de financiamento mais acessíveis para aquisição de equipamentos tem contribuído de forma decisiva para o crescimento do mercado de energia elétrica fotovoltaica. Em Venâncio Aires, 120 clientes (de um universo de 30.838 atendidos pela RGE Sul) investiram no segmento, que conta com 1.750 kilowatts de potência instalada.
Em números gerais, a distribuidora – que atende 118 municípios gaúchos – possui em toda a sua área de concessão 2.065 clientes conectados ao sistema de geração distribuída, totalizando 27.583,57 kilowatts de potência instalada. Essa fonte de geração de energia pode ser implementada em residências, prédios e, até mesmo, pode-se construir uma usina de energia solar fotovoltaica.
FONTE AMIGÁVEL
De acordo com o professor doutor da Universidade do Vale do Taquari (Univates), Odorico Konrad, é uma fonte amigável ao ambiente, pois os impactos ambientais são mínimos, com preços de instalação reduzindo ano após ano, além de ter um longo tempo de vida útil. Konrad acrescenta que o sistema colabora, ainda, com a geração de energia silenciosa e realmente renovável para o sistema elétrico nos dias ensolarados, aproveitando a energia solar.
Para o profissional, que é ligado ao curso de Engenharia Ambiental, o crescimento de fontes alternativas de energia nos vales do Taquari e Rio Pardo é impressionante. Ele estima que pela facilidade de acesso a recursos para esse fim, a capacidade instalada deva crescer 30% em cinco anos. “As principais cidades que devem colaborar para isso são Lajeado, Venâncio Aires e Santa Cruz do Sul”, projeta.
INVESTIMENTO VANTAJOSO
Quem apostou no segmento em Venâncio Aires foi o empresário Sérgio Frey. O sistema está instalado em seu supermercado, no bairro Macedo, há mais de um ano. Desde então, vem colaborando para baixar o valor da conta de luz em até 75%, em determinadas época do ano. “Quanto maior o tempo de exposição solar, maior é queda de energia elétrica que vem da rede”, argumenta.
Para efetivar o investimento foram financiados R$ 400 mil – que serão quitados em até cinco anos. “Fui um dos pioneiros em Venâncio Aires em grandes investimentos nessa área. Hoje os valores são bem mais acessíveis”, analisa.
Quem também está acertado para investir na geração de energia fotovoltaica é o servidor público Gilmar Mossmann. Ele financiou quase R$ 12 mil para o projeto que será aplicado em sua residência, em que mora com a esposa, no bairro Santa Tecla. “Está tudo acertado já com a empresa. Esperamos só o tempo melhorar para o investimento sair do papel”, destaca.
SICREDI JÁ FINANCIOU R$ 6,6 MILHÕES EM VENÂNCIO
A Cooperativa Sicredi Vale do Rio Pardo (VTRP), uma das pioneiras na linha de crédito para aquisição de equipamentos para geração fotovoltaica no Sistema Sicredi, pretende fechar 2018 com R$ 35 milhões em crédito para produção de energia. “Fechamos o mês de agosto com R$ 27,6 milhões, em torno de 150% de crescimento com relação ao ano passado, quando financiamos R$ 10,8 milhões”, destaca o diretor executivo da Sicredi VRP, Márcio Algayer.
Devido à grande procura, a Sicredi VRP criou uma linha de crédito específica para a aquisição de equipamentos de geração fotovoltaica, que permite ao associado, ao financiar, converter o valor da sua conta de luz em investimento, uma vez que a parcela é adequada ao seu equivalente, o que representa importante agregação de valor e benefício a sua família ou negócio.
Até o momento, conforme o presidente da Sicredi VRP, Heitor Álvaro Petry, são 284 projetos implementados, sendo 191 para pessoa jurídica e 93 para pessoa física, nos nove municípios de atuação da cooperativa. Santa Cruz do Sul lidera o número de financiamentos, com 145 usinas instaladas, no valor de R$ 15 milhões, seguida de Venâncio Aires, com 61 projetos de microusinas (6,6 milhões).
VIDA ÚTIL
Na média, em cinco anos, o associado consegue pagar o equipamento financiado, que tem estimativa de vida útil de 25 anos. Além dos benefícios diretos aos clientes investidores, a comunidade toda se beneficia, pois estes investimentos têm contribuído muito para o fortalecimento e surgimento de novas empresas do ramo fornecedor, gerando empregos, renda e inclusive mais tributos aos cofres públicos.
Segundo mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o país acaba de atingir a nova marca de 350 megawatts (MW) de potência instalada em sistemas de microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica em residências, comércios, indústrias, produtores rurais e prédios públicos.
Em número de sistemas instalados, os consumidores residenciais estão no topo da lista, representando 76,7% do total. Em seguida, aparecem as empresas dos setores de comércio e serviços (16,1%), consumidores rurais (3,8%), indústrias (2,5%), poder público (0,8%) e outros tipos, como serviços públicos (0,1%) e iluminação pública (0,01%).
Atualmente, Minas Gerais lidera o ranking nacional, com 22,10% da potência instalada no país, seguido pelo Rio Grande do Sul (14,16%), São Paulo (12,63%), Santa Catarina (7,09%) e Paraná (5,43%).