Ela veio antes do planejado. A data para receber Heloísa seria dia 16 de setembro, mas a bebê se antecipou e, por conta disso, a mãe, Sílvia Rodrigues Lima, 27, precisou ser encaminhada ao Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) no domingo, 3. Ainda que seja uma situação corriqueira bebês nascerem antes do prazo, dessa vez envolveu a maior enchente do rio Taquari em 80 anos. Por isso, talvez a ‘sabedoria’ da pequena tenha a apressado e, com isso, mãe e o pai, Danilo dos Santos Lima, 37, acompanharam a cheia do rio Taquari de longe, com a felicidade da nova integrante da família e o desespero por não saberem como seria o retorno para casa.
Moradores de Vila Mariante, eles retornaram para a residência, na rua Bepe Guimarães, na sede do distrito, apenas após as águas baixarem. Segundo Sílvia, quando ganhou alta do hospital, na quarta-feira, 6, estava com sentimentos de desespero e angústia, pois não sabia como estava o enxoval da bebê e, também, a casa da família. “Foi uma gravidez planejada e preparamos tudo para ela desde o começo. Estávamos apavorados, não sabíamos como seria o retorno”, declara.
Com apenas três dias, Heloísa conheceu a casa pela metade. A família perdeu o banheiro, parte da estrutura do primeiro andar, além de roupeiros, estantes e televisão. “Tivemos muitos prejuízos e fomos os primeiros a receber os materiais de construção. Graças a Deus deu tudo certo”, comemora a mãe.
A família recebeu doações e, agora, a jovem Heloísa sorri (e chora, bastante, como um bebê de apenas uma semana), ao lado dos pais e das irmãs Ana Cláudia, 11, e Clara Danielly, 9, com a esperança de dias melhores e acompanhando a reconstrução. “Após o susto, agradecemos quem nos ajudou. À Magazineluiza [empresa em que Sílvia trabalha] pelo suporte e ajuda e à Prefeitura. Estamos muito gratos a todos que puderam nos ajudar, não estávamos sozinhos em um momento tão complicado.”