Desde ontem servidores do Rio Grande do Sul se manifestam contra a decisão do Governo de parcelar os salários. Além das mobilizações desta segunda-feira, 03, caracterizada como o Dia da Indignação, os servidores permanecem com horário diferenciado durante a semana, conforme a Coordenação Unificada dos Servidores Públicos, representante de 40 entidades do funcionalismo gaúcho. Em Venâncio Aires, as manifestações continuam em ‘parcelas’, tanto no ensino quanto na segurança pública.
Pelo menos oito escolas aderiram as orientações de trabalhar com carga horária reduzida, feitas pelo Sindicato dos Professores e Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato). Conforme a direção dos educandários, as aulas vão ocorrer até o intervalo de cada turno nesta semana. E, na sexta-feira, 7, os professores voltam a se reunir para definir sobre a próxima semana. No interior, as escolas decidiram permanecer com os horários normal, em função do transporte escolar dos alunos.
Na parte de segurança pública, por exemplo, apenas serviços de urgência são atendidos. O Corpo de Bombeiros atende apenas situações de emergência. A Polícia Civil também segue com atendimento diferenciado. O sindicato dos policiais orienta que a categoria atenda apenas os crimes contra a vida como homicídios e tentativas de homicídio e outros considerados mais graves como estupro, ocorrências de Maria da Penha e latrocínio. Já os soldados da Brigada Militar de Venâncio Aires e microrregião – Vale Verde, Passo do Sobrado e Mato Leitão – trabalham normalmente no município.
Este cenário de trabalhos reduzidos deve seguir até que o dia 18 de agosto, quando acontecerá a Assembleia Geral Unificada dos servidores estaduais. No encontro será definido se haverá ou não greve geral do funcionalismo público. Na pauta, além do parcelamento dos salário, a mobilização pede atenção ao projeto de lei complementar 206, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual.
Situação das escolas em Venâncio Aires
Monte das Tabocas: paralisou ontem e – entre hoje e sexta-feira, 7 – atende com horário reduzido até o intervalo, em todos os turnos;Leontina, bairro Santa Tecla: fechou ontem e também atende com horário reduzido até sexta;Adelina Isabel Konzen, Estância Nova: horário reduzido até o dia 18 de agosto, quando terá reunião geral;São Luiz, Santa Emília: ontem atendeu normal e a partir de hoje as aulas serão em horário reduzido, até o intervalo;Miguel Macedo de Campos, Linha Herval: desde ontem a escola atende normal, mas a partir de hoje os professores vão reduzir em uma hora as aulas.Zilda de Brito Pereira, bairro Gressler: atendeu em ‘parcelas’ ontem. Até o fim da tarde de ontem não havia definição sobre o atendimento desta terça-feira;Crescer, bairro Coronel Brito: paralisou ontem e hoje as aulas vão até o intervalo de cada turno. Amanhã terá reunião para debater próximos dias;Sebastião Jubal Junqueira, Vila Deodoro: Atendeu normalmente ontem, mas a partir de hoje fará redução da carga horária até o intervalo de cada turno. Brígida do Nascimento, no bairro Brígida: atendeu de forma parcial pelos professores que não paralisaram. A partir de hoje o atendimento passa a ser reduzido de uma hora; Cônego Albino Juchem (CAJ): paralisou ontem e volta a atender os alunos hoje;Mariante: paralisou ontem e volta a atender os alunos hoje;Wolfram Metzler, Linha Bela Vista: atendeu em ‘parcelas’ ontem e atende normalmente a partir de hoje. Em caso de mudança, professores avisaram alunos um dia antes;Cristiano Bencke, Centro Linha Brasil: atendeu ontem e deve permanecer até o fim da semana;Professora Helena Bohn, Vila Teresinha: atendeu ontem e deve permanecer até o fim da semana;João Pádua da Rosa, Linha Ponte Queimada: aula normal;Frida Reckziegel, Vila Palanque: atendem normalmente;11 de Maio, Coronel Brito: atendeu ontem na parte da manhã e a partir de hoje a escola funciona em horário reduzido de meia hora;Pedro Beno Bohn, Vila Arlindo: Segue com horário normal.
Ontem, o Dia da Indignalção
Hoje o dia foi marcado por inúmeras repartições públicas fechadas, alunos que encontraram escolas fechadas, além de comerciantes com medo de abrir seus estabelecimentos em função da possível falta de policiamento. Momento nunca visto pela professora Márcia Rabuske, que atua no magistério há 31 anos. “O que ocorre deixa toda a comunidade escolar intranquila. Estou no aguardo de uma decisão política e eu acredito que existe uma solução política para melhorar esta situação”, comenta a professora.
Em Venâncio Aires, a maioria das escolas alterou o horário de atendimento e parte não abriu os portões para os alunos. A Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros, também cruzaram os braços, claro, sem deixar a população desassistida, atendendo apenas situações de urgência. A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), informou que na Penitenciária Estadual de Venâncio Aires, os serviços funcionaram de forma parcial, como rotina interna. Para hoje, os servidores aguardam manifestação do sindicato.
Também participaram das manifestações os funcionários da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde, com sede em Santa Cruz do Sul. Apenas serviços de urgência foram realizados. Munidos de cartazes, os funcionários foram para a frente da sede da coordenadoria manifestar o descontentamento com a atual situação do Rio Grande do Sul.