O escrivão Edler Gomes dos Santos, 54 anos, é mais um policial morto durante o cumprimento do seu dever. É o quarto nas últimas três semanas e o quinto no ano. Ele foi atingido por um tiro de espingarda calibre 12, no rosto, enquanto acompanhava colegas no cumprimento de um mandado de busca e apreensão, contra o crime de abigeato, na manhã de ontem, em uma propriedade rural de Montenegro. Um colega dele também foi baleado no rosto, mas não corre risco de morrer. O autor dos tiros foi morto.
Segundo informado pela chefia da Polícia Civil (PC), o escrivão era um dos 350 policiais que participava da operação em 37 municípios gaúchos. Ele e outros três colegas, devidamente identificados, foram até uma propriedade, próximo à Penitenciária Modulada de Montenegro, cumprir um mandado.
Depois de se identificarem, mandaram o suspeito – um conhecido abigeatário, que tinha mais de 60 anos – se render e sair da casa. No entanto, sem abrir a porta, desferiu dois tiros com uma espingarda calibre 12 e fugiu pelos fundos da casa. Edler morreu no local e o colega está internado no hospital de Montenegro. Houve nova troca de tiros e o abigeatário foi morto.
Em nota, a Chefe de Polícia, Nadine Farias Anflor, lamentou o ocorrido e mencionou que o escrivão “faleceu durante o cumprimento do seu dever como policial e defensor da sociedade”. Edler se formou em 2010 e estava lotado na Delegacia de Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc).
De acordo com a PC, o homem que foi morto não é ligado a facções criminosas e só se envolveu com quadrilhas de ladrões de gado. Ele atirou de dentro de casa, sem visualizar os policiais, e o delegado regional de Montenegro, Marcelo Farias, cogita que talvez o abigeatário não tenha acreditado que eram policiais que o cercavam. “É cada vez mais comum criminosos usarem uniformes policiais, quando vão atrás de alguém para matar”, declarou o delegado. O homem não teve o nome revelado, mas segundo a PC tem antecedentes por abigeato.