Em recente entrevista ao Programa do Jô, a presidente Dilma Rousseff disse que o programa Mais Médicos levou profissionais a toda a Amazônia e ao interior de todas as cidades e, agora, o que falta no Brasil são as especialidades. “Queremos focar em ortopedia, cardiologia e oftalmologia”, salientou a presidente.
Essa meta trata-se, na verdade, de uma das promessas de campanha de Dilma: lançar o Mais Especialidades. O programa funcionaria como um complemento do Mais Médicos e buscaria diminuir o longo tempo enfrentado pela população para a marcação de consultas e agendamento de exames com especialistas.
Conforme informou o Ministério da Saúde à Folha do Mate, o programa Mais Especialidades está em elaboração no Ministério da Saúde e a proposta ainda será discutida com a Presidência da República. “Neste momento, está sendo produzido um diagnóstico nacional junto aos estados e municípios sobre as principais demandas do Sistema único de Saúde (SUS) para definir o formato da iniciativa”, comunicou em nota.
De acordo com o órgão, o Mais Especialidades contribuirá na expansão do acesso e qualidade do cuidado na atenção especializada, utilizando a rede pública, filantrópica e privada. Questionado sobre a previsão de início do novo programa, o Ministério da Saúde não se manifestou.
FOCO NO ATENDIMENTO BáSICO
Em relação a essa ampliação do acesso a consultas com especialistas, o secretário municipal da Saúde de Venâncio Aires, Celso Artus, concorda que ela se faz necessária, mas também destaca que há muito o que avançar no atendimento básico, pois o Mais Médicos não resolveu muitas das dificuldades que se têm nessa instância da saúde.
“Se tu tem uma atenção básica que apresenta resolutividade, que resolve o problema das pessoas; com certeza, você vai precisar de menos especialistas no futuro. é isso que se quer. E a melhoria da atenção básica demanda menos recursos que a ampliação das especialidades.” Para Artus, o ideal seria que houvesse um serviço de atenção básica à saúde de mais qualidade somado ao atendimento com especialistas.
De modo geral, ele diz que faltam especialistas para atuar em Venâncio Aires e região, pois os profissionais preferem atuar em centros urbanos maiores, como Porto Alegre, onde estão concentrados os serviços especializados de mais complexidade.
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