A aula de Ciências saiu da sala de aula e foi para o pátio da Escola Estadual de Ensino Médio Frida Reckziegel. Com a criatividade e a dedicação de professores e alunos, a turma de 7º ano colocou a mão na massa – e na enxada – para revitalizar o pátio da escola.
O gramado da instituição de ensino, localizada em Vila Palanque, ganhou pergolado de bambu, bancos de paletes e até mesmo lago artificial. “O objetivo é melhorar o que já temos e criar mais formas de ocupar o espaço”, explica o professor de Ciências Tiago de Oliveira Schwaickhardt.
A ideia surgiu no ano passado, quando ele e a vice-diretora Rosângela Jung, também professora de Ciências, começaram a pensar em formas de reutilizar materiais e deixar o pátio mais bonito. Os alunos foram convocados a ajudar, desde as etapas iniciais do ‘Pátio mais alternativo’: aprenderam a plantar flores e chás, capinaram, ajudaram a pensar o tamanho e o material para o pergolado, conseguiram as taquaras, acompanharam cada detalhe. “Um dos alunos, inclusive, trouxe peixinhos coloridos para colocarmos no lago”, conta Schwaickhardt.
Durante as aulas ao ar livre, em meio a plantas e ferramentas de jardinagem, os estudantes aprenderam sobre meio ambiente, mas, também, sobre valorizar o que eles mesmo fazem e acreditar no seu potencial transformador.
“Queremos, cada vez mais, engajar os alunos nessas ações, mostrando que podem cuidar de onde vivem e que sempre tem um espaço e materiais que podem ser reaproveitados, para deixar o lugar mais bonito”, explica o professor.
ENVOLVIMENTO
Além da revitalização do pátio, que mobilizou a turma de 7º ano e alguns estudantes do 8º ano da tarde, a horta nos fundos da escola, onde crescem vistosos legumes e hortaliças sem agrotóxicos, cultivados pelo 8º ano, é outra iniciativa que aproxima os alunos da lida com a terra e do cuidado com a natureza.
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“O que estamos fazendo é um resgate, ensinando a cuidarem do ambiente onde vivem. Assim, buscamos mostrar que, independentemente do tamanho do espaço, ele pode ser bem cuidado”, destaca Rosângela, ao observar que, apesar de a maioria dos alunos viver no meio rural, muitos não tinham contato com agricultura.
Além disso, o estreitamento da relação entre docente e aluno é ponto positivo do projeto. Schwaickhardt percebe, inclusive, uma melhoria no trabalho em sala de aula, que ocorre intercalada às aulas na rua. “Há um vínculo maior, os alunos se tornam mais prestativos e compreendem o que o professor fala. Os alunos cresceram com esse projeto”, considera.
“Buscamos fazer algo simples e bonito, com materiais reutilizáveis, para que os alunos também possam fazer em casa, levem as ideias da escola para casa. Buscamos ensinar transcendendo a sala de aula.”
TIAGO SCHWAICKHARDT
Professor de Ciências