Financiar a saúde virou pesadelo, diz Jonas Kunrath

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Foto: Alan Faleiro / Folha do MateKunrath: quase 15 anos de HSSM
Kunrath: quase 15 anos de HSSM

Com formação em Administração de Empresas pela Ulbra e quase 15 anos de trabalho junto ao Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), Jonas Kunrath dá início a uma nova etapa da sua vida na próxima segunda-feira, 16: assume o cargo de administrador da instituição de saúde.

O início das suas atividades ocorreu no setor de faturamento, vindo a integrar a equipe da administração no ano de 2009, como assistente administrativo. Em 2011, foi convidado a assumir a gerência administrativa, cargo que desempenhou até a primeira quinzena de novembro deste ano.

O seu anúncio como novo administrador da instituição de saúde deu-se no último dia 6 pelo presidente do HSSM, o médico Oly Pedrinho Schwingel, que o definiu como “um tesouro da Casa”.

Kunrath assume no lugar de Marcelo Borges, que deixou o cargo no dia 30 de outubro, mas segue prestando assessoria administrativa para a instituição de saúde até o fim do ano.

“O foco inicial é o sentimento de continuidade dos trabalhos e ações que vem dando resultado positivo, destacando principalmente a conscientização interna para a redução de despesas e a otimização de recursos, sejam estes financeiros e/ou humanos”, afirma o novo administrador.

 

Folha do Mate – Como você recebeu a notícia de que vai ser o novo administrador do HSSM? Acredita ser um reconhecimento ao seu trabalho?

Jonas Kunrath – Digamos que essa notícia veio sendo construída ao longo dos últimos dias. Fui surpreendido pelo apoio de colegas mais próximos dos demais setores, mas que se sentiram no dever de demonstrar que ficariam satisfeitos em me ver na administração, assim como pelas palavras de alguns profissionais médicos que também demonstraram essa intenção. A diretoria teve um papel importante, pois conciliou esses anseios e soube conduzir isso junto comigo, de forma a minimizar meu receio diante dessa nova atividade, afinal de contas, tudo que é novo, assusta; e administrar um hospital como o nosso é uma tarefa bem complexa.Acredito sim, em reconhecimento! Tenho uma boa estrada já percorrida dentro do HSSM. Não sei tudo, afinal de contas todos os dias aprendemos coisas novas e tenho a humildade de buscar o conhecimento, quando este se fizer necessário na condução dos trabalhos diários.

Quais são as suas expectativas e quais ideias pretende implementar enquanto administrador?

O foco inicial é o sentimento de continuidade dos trabalhos e ações que vem dando resultado positivo, destacando principalmente a conscientização interna para a redução de despesas e a otimização de recursos, sejam estes financeiros e/ou humanos.Possuímos uma ótima equipe de trabalho, em todos os níveis, que vem se mostrando cada vez mais coesa e alinhada com a essência do hospital e que neste momento de crise financeira, não vem medindo esforços diários para bem atender nossos pacientes, no mais puro sentimento de amor à camiseta que vestem.Neste contexto, não posso deixar de citar nossa equipe de profissionais médicos, que independente da especialidade partilham dessa mesma filosofia e que são parte fundamental do hospital. Sem o trabalho deles, não existe o atendimento ao paciente, da mesma forma que sem a estrutura do hospital, a continuidade de algumas terapias também fica comprometida. Reforçar esse elo – hospital e médicos – eu diria que é uma das minhas maiores expectativas.

Como você avalia e se prepara para enfrentar este momento de menos recursos para a saúde?

Sem dúvida, é um momento crítico. O financiamento da saúde, que nunca foi sinônimo de tranquilidade, conseguiu ser transformado em um pesadelo. O Estado e a União, reduzindo sequencialmente os aportes e incentivos financeiros que já eram escassos e comprometendo os repasses aos municípios, que a exemplo de Venâncio Aires, detém a gestão plena da saúde e, consequentemente, são os financiadores principais da saúde da população, uma vez que aplicam muito além dos 15% previstos em legislação.O HSSM, no momento, está em processo de renegociação contratual com o município, o qual vigorará durante o ano de 2016. Muitas são as despesas frente a quantidade de recursos disponíveis. Caberá ao hospital e ao município, a árdua tarefa de conciliar essas necessidades de forma a garantir a qualidade e a manutenção dos serviços já oferecidos à população que nos é referenciada, lembrando que abrangemos nossos municípios vizinhos de Mato Leitão, Passo do Sobrado e Vale Verde.Paralelo a negociação municipal, o hospital está engajado com outros hospitais da região, na negociação junto de convênios privados, os quais prestamos atendimento e que também garantem um recurso mensal e ajudam a manter as contas mais equilibradas.A ajuda da comunidade sempre é bem-vinda. Venâncio Aires e nossos municípios circunvizinhos têm essa característica muito latente de engajamento em ações beneficentes ao HSSM, sendo que podem ter a certeza de que qualquer forma de doação é muito importante e necessária, em qualquer tempo.

Como será o Jonas enquanto administrador do HSSM?

é uma pergunta um tanto complexa de se responder, pois eu não sei afirmar como será essa fase da minha vida profissional. O que pretendo é manter meu bom relacionamento com todos dentro da instituição e as ações baseadas na franqueza e respeito.

    

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