Falta pouco para a realização da 10ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT). O evento internacional, chancelado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), ocorrerá de 5 a 10 de fevereiro, na Cidade do Panamá. A exemplo das últimas edições, o COP 10 mobilizará políticos e representantes da cadeia produtiva do tabaco, que é o carro-chefe da economia do Vale do Rio Pardo. A cada edição, estas lideranças buscam espaço nas reuniões oficiais e diálogo com os membros da delegação nacional, que irão defender a posição do Brasil na conferência.
Durante as sessões, os países analisam o progresso na aplicação da Convenção-Quadro, que foi adotada pela Assembleia Mundial da Saúde em 21 de maio de 2003 e entrou em vigor em 27 de fevereiro de 2005 com o objetivo de estabelecer ações de controle do uso do tabaco no mundo. Medidas que envolvem a publicidade, advertências sanitárias, tabagismo passivo, tratamento de fumantes, comércio ilegal, preços, impostos e os novos produtores de tabaco são temas que pautam a COP. Ao longo destes anos, 183 países já ratificaram a adesão ao tratado internacional, entre eles, o Brasil.
Cobertura
A editora da Folha do Mate e comunicadora da Terra FM, Letícia Wacholz, estará no Panamá para acompanhar os desdobramentos do evento e também a mobilização das lideranças regionais e estaduais que irão viajar até o país. A enviada especial será responsável por uma produção multimídia que contemplará o jornal impresso, boletins de rádio e conteúdo para as plataformas digitais dos dois veículos. Além disso, a coluna Mateando – página 2 – trará registros dos bastidores do evento e também curiosidades sobre a cidade do famoso Canal do Panamá.
O diretor de Conteúdo da Folha do Mate, Sérgio Klafke, lembra que, desde que foi criada a Conferência das Partes, a Folha acompanha o evento. “Faz 10 anos que acompanhamos de perto, com cobertura presencial. Estivemos em Moscou, na Rússia, em 2014; em Nova Dehli, na Índia, em 2016; e em Genebra, na Suíça, em 2018, as últimas três edições presenciais do evento”, cita.
Segundo Klafke, trazer para a audiência, seja no rádio, no digital, no impresso, informações sobre estes encontros, onde são debatidas ações de controle do tabaco no mundo, “é importante, pois a produção de tabaco é a principal matriz econômica, tanto no campo como na indústria, em Venâncio e na região. Para isso, a jornalista Letícia Wacholz vai ao Panamá, na COP 10, para fazer a cobertura multimídia para os canais de comunicação da Folha e Terra FM”, anuncia.
Para o diretor da Terra FM, Daniel Heck, acompanhar o evento é importante para toda a região, pois na COP serão debatidas ações que podem impactar o setor do tabaco a curto, médio e longo prazo. “É um evento de saúde pública, que debate medidas de combate ao consumo de tabaco e, consequentemente, mobiliza a cadeia produtiva do tabaco, pois as decisões tomadas pelos países refletem na economia dos municípios produtores, como é o caso de Venâncio”, acrescenta Heck.
MOP 3
Na sequência da COP 10, no mesmo local, será realizada a 3ª Reunião das Partes (MOP3 – sigla em inglês) do Protocolo para Eliminar o Comércio Ilícito de Produtos do Tabaco, que ocorrerá de 12 a 15 de fevereiro. Para a COP 10 e MOP 3 são esperadas cerca de 1,9 mil pessoas, no Centro de Convenções do Panamá.
Os eventos são promovidos pelo Governo Nacional do Panamá e pelo Secretariado da COP 10 e da MOP 3. Os dois eventos estavam previstos para ocorrer em novembro, mas acabaram sendo adiados para fevereiro de 2024. O cancelamento ocorreu devido à preocupação com a segurança no Panamá, que na época enfrentava uma onda de protestos.
VENÂNCIO AIRES E A PRODUÇÃO DE TABACO
De acordo com a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), na safra 2022/23, 3.530 famílias de Venâncio Aires plantaram tabaco em 7.798 hectares e colheram 17.779 toneladas desta cultura.
Esse montante coloca Venâncio Aires em terceiro lugar no ranking dos maiores produtores de tabaco do país. Venâncio fica atrás de Canguçu, no Rio Grande do Sul (21.063 toneladas), e São João do Triunfo, no Paraná (20.058 toneladas).
A exemplo dos últimos anos, está diminuindo o número de produtores no município. São quase 400 famílias venâncio-airenses a menos na comparação com a safra 2020/21, quando eram 3.926 famílias.
Em contrapartida, o ‘peso’ do tabaco em retorno financeiro para Venâncio continua subindo. Em 2021, no Valor Bruto da Produção Agrícola (VBPA), representou 42% do total, com R$ 177,7 milhões. Já em 2022, com R$ 280,4 milhões, alcançou quase a metade de todo o valor, com 49%.
Fonte: Revista Perfil Socioeconômico 2023/24