
Quando comecei minha trajetória na comunicação, eu ainda era uma jovem publicitária que tinha acabado de entrar em uma agência de propaganda em Porto Alegre. Meu primeiro trabalho já foi simbólico: Festival de Cinema de Gramado. Era glamour, era cultura, era mercado, mas também era tecnologia nascente. Naquele tempo a rede social do momento era o saudoso Orkut e, a partir dali, as conexões sociais na internet não pararam mais.
Vieram todos aqueles que você já conhece: Facebook, YouTube, Instagram e TikTok, que se transformou no palco das gerações mais jovens e das narrativas ultrarrápidas que fazem pessoas comuns virarem criadores. E ainda teve o WhatsApp, que mudou nossa forma de se relacionar e vender.
Hoje percebo minha profissão crescer no mesmo ritmo em que a tecnologia avança. Costumo brincar que durmo e acordo com o celular na cabeceira, analisando os dados do dia e amanhecendo com os insights da noite. Mas a verdade é que, mesmo assim, não é suficiente. Não basta acompanhar a tecnologia, é preciso entender as gerações que habitam cada plataforma e é preciso compreender o ser humano.
Reafirmo que o que move a comunicação continua sendo as pessoas. As necessidades humanas não mudam, apenas se transformam, mas seguem guiando decisões. Mesmo não sendo da área da saúde, estudo comportamento e algumas teorias porque essas leituras ajudam a entender o que cada faixa etária consome, como se relaciona e onde busca pertencimento. Marketing não é só métricas, é também interpretar pessoas. E é assim que uma marca atravessa o tempo. Conexão é construção contínua, não nasce de campanhas isoladas feitas de tempos em tempos. É preciso transitar entre plataformas, ir de conversas profundas a vídeos rápidos e criar experiências que entreguem sentido para quem tem 15 ou 50 anos, cada um no seu contexto, mantendo o mesmo potencial de fidelização.
Reforço sempre para meus clientes que a comunicação precisa ser 360, porque as camadas e as plataformas se somam, elas não se substituem. E para continuar fazendo parte da vida das pessoas é preciso acompanhar esse movimento.
