Há quase um ano, quando um decreto municipal determinou a obrigatoriedade do uso de máscara em Venâncio Aires, todo cidadão precisou providenciar o item, o qual virou, ao lado do álcool gel, um critério fundamental no enfrentamento à Covid.
Embora muito já se tenha dito, a questão ainda gera dúvidas, sobre qual o jeito certo de encaixá-la no rosto ou o tipo que se deve usar. Basicamente, são três os modelos mais vistos e a mais comum usada pela população é a de tecido. Depois, vêm as cirúrgicas, produzidas industrialmente e que têm uma filtragem contra partículas menores e usadas há muito por profissionais da saúde.
Por fim, algumas pessoas também têm procurado a N95 ou PFF2 (veja box). “Estas são mais especializadas que as cirúrgicas, pois têm várias camadas de materiais. Elas filtram partículas muito pequenas e já eram usadas para algumas doenças infecciosas mais graves, como a tuberculose”, explicou a médica infectologista, Sandra Knudsen.
Sandra destaca que a N95 filtra mais e se adapta melhor ao rosto, mas considera que o importante é ter bom senso. “O mais importante é que a máscara cubra de forma adequada o nariz e a boca, precisa estar bem ajustada. Não pode ter ar entrando ou escapando nas bochechas e nariz.”
Cuidados
Para a população em geral, que usa a de tecido, a médica orienta alguns cuidados: a máscara deve ser trocada a cada duas ou três horas, ou se estiver úmida ou ainda suja. E, mesmo que seja lavável, é um item individual e não deve ser compartilhado pela família.
Sobre qual é a mais indicada, Sandra Knudsen considera que deve valer o bom senso. “Se todos estiverem num mesmo ambiente, que esteja arejado e com distanciamento, a máscara de pano é suficiente. Se esses critérios não puderem ser totalmente atendidos, como no transporte público, por exemplo, talvez seja interessante uma máscara cirúrgica. Mas vale sempre usar o bom senso.”
PFF2 ou N95*
- A PFF2 é uma máscara com filtragem maior que as cirúrgicas. A sigla significa Peça Facial Filtrante e ela é considerada um EPI (Equipamento de Proteção Individual), sendo muito usada por profissionais da saúde. A sigla PFF2 é brasileira e nos Estados Unidos ela é conhecida como N95.
- Também chamadas de respiradores, as máscaras PFF2 cobrem nariz e boca, ‘vedando’ o rosto. Isso quer dizer que, além de reter as gotículas, ainda protegem o usuário de aerossóis (partículas minúsculas que ficam suspensas no ar por alguns minutos) contendo o vírus (além de bactérias e fungos) que possam estar no ambiente.
- Assim como a máscara cirúrgica, a PFF2 não deve ser lavada. É proibido lavar com sabão, passar pano úmido com desinfetante (ou qualquer outro produto) ou borrifar álcool. Mesmo assim, pode ser reaproveitada. Basta deixar a máscara ‘descansando’ em local arejado entre 3 a 7 dias após o uso. É recomendado descartar caso ela esteja rasgada ou com aspecto envelhecido. (*Fonte: Uol)
Segundo a médica Sandra Knudsen, estudos recentes indicam que as máscaras diminuem em 87% a chance de contaminação quando usadas corretamente.
Procura da população
O tipo de máscara especializado é procurado, de forma geral, desde o ano passado. Modelos de PFF2, por exemplo, são também usados por profissionais da construção civil e o item pode ser encontrado em lojas do ramo.
Segundo Rodrigo Cardoso, gerente da Dimac Materiais de Construção, no início da pandemia, a máscara chegou a faltar e se vendeu cerca de três vezes mais. Em 2021, embora não se tenha muita procura, o item também está em falta, assim como diversos materiais.
A dificuldade de fornecimento e a demanda também influenciaram no preço. Conforme Cardoso, há um ano uma máscara PFF2 custava cerca de R$ 3 e hoje chega a R$ 7.
Máscaras profissionais também podem ser encontradas em farmácias. Mas, segundo Larissa Haas, atendente da Ultramed Farmácia, a maior procura é pela cirúrgica. “O pessoal procura muito pelas descartáveis. Geralmente alguém que esquece no carro ou sai de casa sem, mas precisa do item para entrar em algum estabelecimento.”
Cobrança
De maneira geral, a fiscal de Posturas e coordenadora técnica da Secretaria da Fazenda de Venâncio Aires, Daniele Mohr, diz que tem havido colaboração. “Nos dias de calor intenso vemos algumas sem, mas o número de pessoas sem máscara perto de outras pessoas, ou no comércio em geral, diminuiu. Os fiscais têm orientado bastante.”
Em relação às crianças, uma nota técnica do Estado diz que crianças até 6 anos não precisam usar máscaras, pelo risco de sufocamento, por exemplo. Mas, caso uma família entrar em algum estabelecimento e a criança estiver sem máscara, o proprietário pode pedir pelo uso. “Orientamos que sim, mas sempre usamos bom senso. As crianças também devem usar máscaras, mas abaixo dos 6 anos, flexibilizamos nas exigências. No entanto, os estabelecimentos devem cobrar que as crianças, principalmente maiores, utilizem.”