Adotar vai além de ter um animal para fazer companhia. É uma responsabilidade a mais para a família. Os cuidados devem ser rotineiros, assim como com todos os animais. No entanto, conforme a veterinária Ana Maria de Campos, na adoção, é necessário ter uma atenção dobrada por não saber quais questões genéticas eles têm.
Ana frisa que, ao adotar, é preciso procurar um veterinário para fazer exames e ver se o animal tem alguma doença ou necessidade especial, para evitar problemas de saúde futuros. “Quando temos um cachorro ou gato, por exemplo, que nasceu de outro animal da família, ou foi comprado com informações, sabemos as questões de saúde, mas ao adotar não temos como saber se o animal foi maltratado e quais foram os traumas dele”, argumenta. Por isso, ela ressalta a necessidade do auxílio veterinário, de fazer as vacinas em dias e de utilizar ração especial. Nesse sentido, antes de adotar, é necessário pensar na situação da família, nos gastos que poderá ter e no tempo que o bichinho de estimação precisa. “O animal nos dá alegria, carinho e amor, então precisamos retribuir cuidando bem dele”, enfatiza Ana.
A profissional lamenta que, muitas pessoas, depois de adotarem, descobrem algum problema no pet e querem devolver, ou até mesmo abandonam o animalzinho. “Por isso, precisamos procurar informações antes de realmente tomar essa decisão”, acrescenta.
Taz encontrou um novo lar
Desde criança, Jordana Niedermeyer gostava de resgatar os cachorros que ficavam abandonados na rua. Em maio, a analista de benefícios encontrou um novo cachorro para alegrar seus dias: o Taz. O cão tinha sido atropelado e, por conta disso, tem problemas na patinha.
“Neste ano, eu me mudei para um apartamento e achei judiado levar as minhas cachorras junto, porque estavam tão acostumadas com pátio, então deixei elas com a minha mãe”, relata.
Jordana sentia que faltava algum animal no apartamento, então procurou por algum menor, que pudesse ficar durante o dia dentro de casa. Quando soube da possibilidade de adotar Taz, foi até a clínica veterinária conhecê-lo. “Ele é muito querido e dócil, então tentei fazer um teste com ele no apartamento”, conta.
Por aconselhamento da veterinária, o Taz precisava de um espaço no qual ele se esforçasse para caminhar, já que foi atropelado quando ficava na rua. No piso do apartamento, ele acabava deslizando e não caminhava. “Conversei de novo com a minha mãe para deixar no pátio dela, na grama, com os outros, porque não queria dar ele e sei que seria difícil alguém adotar um cachorro com deficiência. Assim sei que ele é bem cuidado. No fim não está comigo, mas vejo ele quase todo dia.”
Atualmente, Taz vive na casa da mãe da Jordana, Rosy Niedermeyer, que adotou o cachorro temporariamente para que ele tenha uma recuperação mais rápida e fácil. “Minha família gosta de animais e sempre tentamos ajudar”, destaca Jordana.
Antes de levar para casa, avaliar o perfil do animal é fundamental
A veterinária Ana Maria de Campos frisa que, além das questões de saúde, tempo e necessidades dos pets, as características da família e do animal são fatores que devem ser observados na hora de adotar. “O perfil dos animais deve ser avaliado também, não adianta colocar um cachorro labrador em um apartamento”, exemplifica.
Uma das principais características a serem consideradas, conforme ela, é saber quanto de energia esse animal precisa gastar e quanto tempo as pessoas vão ter disponível para ajudar nisso ou o espaço que ele terá para utilizar essa energia. “O cachorro Pinscher é um animal que pode ficar o dia todo no apartamento, ele é mais preguiçoso, já um Bulldog precisa passear todos os dias, o Labrador é um perfil mais de rua, com muita energia. Esses pontos devem pesar na escolha. Além disso, é importante observar os tamanhos também”, complementa.
A família também precisa se organizar para fazer as vacinas anuais, banhos e tosas e cuidados em geral. “É importante dar banho, em casa mesmo, a cada 20 dias. Mas, com relação ao banho, também é preciso analisar o perfil do animal, alguns demandam que o banho seja mensal, por questão dos pelos”, comenta. Além disso, depois de 3 anos, ela orienta fazer exames de sangue anualmente.
O veterinário Luciano Frozza, complementa “adota-se para toda vida do animal”, e que isso deve ser pensando antes de fazer a ação. Na hora de adotar, os maiores erros é querer um animal de grande porte para apartamento, segundo ele. “A questão de perda de pelo também, às vezes a pessoa quer um animal que não perde tanto pelo, esse ideal seria um de pelagem loga, que normalmente perde menos pelo que os de pelagem curta”, explica.
Por isso, para Frozza é importante antes de adotar conversar com um veterinário ou pessoas que conheçam mais sobre o animal. “Tem muitos animais para adotar no município, mas é preciso adotar e cuidar depois. Temos ONGs que podem auxiliar nesse processo também.”
“ANTES DE ADOTAR E CRIAR VÍNCULO COM O ANIMAL, É IMPORTANTE AVALIAR SE ESTÁ PREPARADO PARA MANTER O ANIMAL COM BEM-ESTAR E SAÚDE.”
ANA MARIA DE CAMPOS
VETERINÁRIA
Neste sábado tem feira de adoção
• A Organização Não Governamental (ONG) Amigo Bicho realiza, neste sábado, 11, feira de adoção, na Praça Coronel Thomaz Pereira (Praça da Matriz). O evento ocorre das 8h às 15h. Além da adoção, haverá venda de produtos da ONG e recolhimento de tampinhas plásticas e de ração.
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