A retomada de um ritmo mais acelerado das obras na ERS-244, entre Venâncio Aires e Vale Verde, depende de algumas liberações e licenças. A informação é do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), via assessoria de imprensa. Ainda em janeiro, a Folha do Mate apurou que os primeiros 3,7 quilômetros poderiam ser asfaltados e que a Construtora Pelotense, que detém o contrato de pavimentação do trecho, estava em fase de análise de material para pavimentar do entrocamento com a RSC-287 até a terceira ponte. Passados dois meses, isso ainda não aconteceu. De acordo com o Daer, até agora, foi executada a sub-base entre os quilômetros 1 e 1,7. Já a base foi concluída entre os quilômetros 1,8 e 2,2. A partir desse ponto, até o quilômetro 5,5, a obra se encontra na fase de terraplenagem e drenagem. Há um aditivo em processo de tramitação no Daer referente à utilização do material rochoso.
Quanto à utilização do material proveniente das jazidas, o Daer informou que “é responsabilidade da empreiteira obter as autorizações necessárias. Além disso, a empresa possui autorização para executar a obra até o quilômetro 6,6. Para as obras além desse trecho, há um processo de desapropriação judicial em andamento. A Construtora Pelotense permaneceu com uma pequena equipe para a execução de alguns bueiros enquanto providencia as liberações.” Na semana passada, a reportagem esteve na 244 na segunda, 1º, e sexta, 5, e não encontrou equipes trabalhando em ambos os dias.
Relembre
O asfaltamento dos 16,8 quilômetros que ligam Venâncio e Vale Verde, iniciando no entroncamento com RSC-287 próximo a Tabacos Marasca, é motivo de mobilização política e popular na região desde 1999, quando tudo parou.
Foram mais de 20 anos de tentativas para levantar novamente o projeto, passando por diferentes governadores e prefeitos. A sinalização ‘mais forte’ de um possível reinício aconteceu em março de 2022, quando o Diário Oficial do Estado informou que a área de um horto florestal em Charqueadas poderia ser permutada pelo governo gaúcho com a Construtora Pelotense.
A empresa ficou com o terreno, avaliado em cerca de R$ 25 milhões, em troca da realização de serviços de terraplenagem, drenagem, pavimentação asfáltica e obras complementares. O valor do horto seria suficiente para pavimentar praticamente metade da rodovia, já que o custo total é estimado em R$ 52,5 milhões.
De acordo com o Estado, a outra parte do recurso saíra do caixa do Daer, vinculado à Secretaria Estadual de Logística e Transportes. A ordem de reinício do trabalho foi assinada pelo Daer em 30 de junho de 2022 e a Construtora Pelotense, conforme divulgado na época, teria 30 meses (dois anos e meio) para concluir a obra. Ou seja, a previsão aponta para o fim de 2024.