Há mais de um ano, Elvida Bohm já contava os dias para comemorar a festa de aniversário, de 90 anos, e reunir os amigos, filhos e netos para marcar o ‘grande dia’. Porém, a pandemia do coronavírus, iniciada em março de 2020, mudou os planos da família de Linha Brasil. Segundo uma das netas, Fernanda Luisa Schwaickhardt, 21 anos, a avó sempre gostou de dançar, participar de festas da terceira idade e bolãozinho e estava muito animada com a data. “Ela pretendia fazer uma grande festa para convidar todo mundo, já vinha falando nisso há tempos”, recorda a neta.
Para marcar o aniversário da avó, Fernanda e a irmã, Paula Roberta Schwaickhardt, 35 anos, criaram um grupo pelo WhatsApp e fizeram contato com os filhos e netos de Elvida para fazer uma surpresa para a avó. Por volta das 16h30min da quinta-feira, 11, eles fizeram uma videochamada para cantar o ‘parabéns’ para a anfitriã.
Durante a homenagem, quatro filhos, nove netos e oito bisnetos apareceram na tela do computador, direto de estados como Santa Catarina e Rio de Janeiro e até mesmo da Alemanha. “Nunca pensei que poderia passar um aniversário tão feliz. Quando vi todos eles, me assustei. Nunca tava acostumada com uma coisa assim, fiquei tremendo de alegria”, recorda Elvida, que além da presença virtual das pessoas que ama, recebeu de aniversário a segunda dose da vacina contra a Covid-19, no dia seguinte ao que completou nove décadas.
Para completar a festa, a filha de Elvida, Edi Bohm Schwaickhardt, 60 anos, que mora com a mãe em Linha Brasil, comprou um bolo de aniversário, com direito a vela, e decorou a casa com balões para deixar o espaço ainda mais alegre. “Falamos que seria para fazer uma foto de aniversário, ela nem imaginava que seria uma surpresa. Ficou muito emocionada em ver os filhos, netos e bisnetos. Foi a primeira vez que viu todos juntos na mesma sala conversando, ao mesmo tempo”, comenta Fernanda, salientando que a avó não queria fazer nada, em decorrência da pandemia. “Nem os balões ela deixava colocar para não chamar a atenção dos vizinhos”, relembra a neta.
Ela comemora a iniciativa da família, pois ver o sorriso no rosto da avó foi gratificante. Algo que ela vai lembrar para sempre, pois não via os netos desde o início da pandemia. “Esta atitude nos mostra como as coisas mudam com o tempo. Antigamente, não seria possível reunir pessoas de tão longe desta forma. Além disso, percebemos o quanto as coisas tão simples fazem toda a diferença. Estar perto da família foi muito importante para ela, independente do tamanho da festa”, avalia Fernanda. “Não sabia que ia viver até os meus 90 anos para ver tudo isso. Foi uma festa pequenina, sem beijos e abraços, mas com muita alegria”, comemora a aposentada, que trabalhou durante toda a vida na agricultura.
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