“Os indicadores de saúde são preocupantes e só com a conscientização da população podemos reverter o quadro.” A afirmação é da fiscal de posturas e coordenadora técnica da Secretaria da Fazenda, Daniele Mohr, após um fim de semana com diversas denúncias de aglomerações em Venâncio Aires.
Segundo ela, as fiscalizações seguem no decorrer desta semana. “Reiteramos que o momento é de cautela. Ainda é momento de se cuidar. Talvez o momento mais grave desde o início da pandemia. Então reiteramos a necessidade de que as regras de distanciamento sejam seguidas”, ressalta.
No fim de semana, as equipes de fiscais da Prefeitura, com o apoio da Brigada Militar, realizaram fiscalizações no município com o objetivo de orientar e dispersar possíveis aglomerações de pessoas, em razão da piora nos indicadores relacionados à pandemia do novo coronavírus no Rio Grande do Sul.
De acordo com a fiscal de posturas, apesar de o objetivo das fiscalizações ser voltado à orientação, houve a interdição de um estabelecimento e dois registros de termos circunstanciados. “Os focos da ação foram as aglomerações em vias públicas e estabelecimentos descumprindo as normas. A maior parte das denúncias atendidas foi de festas em residências”, relata.
Durante as suspensões das festas, Daniele destaca que todos atenderam o pedido e encerraram as comemorações, por isso, não houve aplicação de multa ou infração. Além disso, um bar, localizado no bairro Macedo foi interditado por não estar cumprindo nenhum dos protocolos. Conforme a fiscal, o estabelecimento tinha a presença de aproximadamente cem pessoas, perturbação de sossego e não tinha alvará de licença para funcionamento. Segundo Daniele, no fim de semana foram recebidas denúncias a respeito de situações registradas tanto na cidade quanto no interior do município.
Bandeira
A nova classificação na bandeira vermelha redobra o alerta. “Qualquer piora podemos ter a classificação para bandeira preta. Assim é necessário atenção redobrada aos protocolos sanitários para evitar que no período de fim de ano estejamos num cenário mais restritivo”, destaca Daniele.
“Foram centenas de denúncias e verificações. Algumas reunindo dezenas de pessoas. Foram muitas denúncias de aglomerações em residências e vias públicas.”
DANIELE MOHR – Fiscal
Como fazer uma denúncia
Denúncias de aglomerações ou outros descumprimentos do que prevê o decreto estadual podem ser informados pelo telefone 190.
Protesto na Fuzarka: “Só aqui existe coronavírus”
Mateus Porto, empresário de 39 anos, proprietário da Fuzarka Casa de Festas, publicou ontem um vídeo nas redes sociais em protesto à determinação de fechamento dos espaços de eventos como o seu. No vídeo, de 49 segundos, Porto mostra a fachada da Fuzarka, onde foi afixado um cartaz que traz a frase “Só aqui existe coronavírus”.
De acordo com ele, que durante a manifestação cita que os bares estão abertos – estabelecimentos que, na sua opinião, são semelhantes às casas de festas -, a categoria quer direitos iguais. “Ninguém quer tudo fechado, só direitos iguais”, reforça.
Indignação
“Fica o nosso repúdio e a nossa indignação, por esta palhaçada que estão fazendo com nós. A gente tem família e não pode abrir. Obrigado a este governador hipócrita que não fez nada antes das eleições e, depois, fechou tudo”, desabafou o empresário.
Até a semana passada, as casas de festas estavam autorizadas a funcionar com número limitado de pessoas, até no máximo 60 convidados, dependendo da área física do local. Com as novas restrições impostas, o funcionamento está vedado. Embora não queiram prejudicar os proprietários de bares e restaurantes, que seguem autorizados a abrir, os empresários do ramo de festas não conseguem fugir das comparações, pois em ambos os casos a questão é a aglomeração de pessoas.
Apesar de todos os protocolos serem seguidos, a exemplo de outros empreendimentos, o entendimento é de que as casas de festas não se enquadram entre os estabelecimentos de serviços essenciais.
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