Evento ocorreu na Univates e contou com bom público (Foto: Juan Grings)
Evento ocorreu na Univates e contou com bom público (Foto: Juan Grings)

Na manhã de hoje, 8, na Universidade do Vale do Taquari (Univates), em Lajeado, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALRS) realizou o seminário regional do Fórum Democrático na Região Funcional 2, que engloba os Vales do Rio Pardo e Taquari, para pautar o lema ‘Pacto RS 25 – O crescimento sustentável é agora’. O proponente é o presidente da ALRS neste ano, deputado estadual Pepe Vargas (PT).

O objetivo, segundo o parlamentar, é pautar a temática observando as realidades regionais, que são distintas dentro do estado: “Precisamos voltar a ter um crescimento mais robusto. Porém, isso tem que ser feito de forma sustentável. Precisamos crescer fazendo transição energética, com transição nos sistemas produtivos, para que sejam mais sustentáveis. E tem que ser feito da forma que se pode aplicar em cada região. É esse o objetivo.”

Segundo dados informados na apresentação, logo na abertura do debate, o Rio Grande do Sul perdeu participação relativa no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Há duas décadas, o estado chegou a corresponder a 7% da economia nacional, enquanto hoje a média fica em torno de 6%. “Somos um estado que tem problemas sociais e temos desigualdades regionais significativas, regiões mais desenvolvidas, outras menos desenvolvidas. Todas elas têm as suas demandas na infraestrutura, nas questões sociais, nas questões econômicas”, ressaltou.

Deputado Pepe Vargas é o presidente da Assembleia Legislativa em 2025 (Foto: Juan Grings)

Para estabelecer o diálogo regional, são convidados a participar de forma mais ativa, especialmente, os Conselhos de Desenvolvimento Regional (Coredes), que, neste caso, são o do Vale do Rio Pardo e o Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat). O presidente do Corede VRP, Heitor Petry, reconheceu a importância de debater crescimento sustentável de uma forma regionalizada. “Precisamos estar muito sintonizados com aquilo que a sociedade sente, enxerga e propõe. Então, daqui hoje devem emanar essas propostas e projetos que orientem também as nossas ações no dia a dia. A nossa região ainda sofre as consequências das fortes enchentes que tivemos aqui nos dois vales, atingindo muito a nossa economia. E isso se remete às questões climáticas e nós podemos pensar neste tema e em ações que possam mitigar futuros eventos”, explicou.

Já a presidente do Codevat, Cíntia Agostini, destacou que o crescimento sustentável não se refere exclusivamente ao meio ambiente, mas também como um processo de avanços econômicos da comunidade como um todo: “A gente só tem desenvolvimento sustentável se a gente falar de equilíbrio entre o econômico, o social e o ambiental, senão isso não acontece. Se não houver isso de forma equilibrada, nós não vamos ter esse resultado. E é por isso que nós temos que trabalhar nesse sentido.”

Painelistas

Além da exposição do presidente do Parlamento gaúcho, o evento contou com a realização de dois painéis que ajudaram a aprofundar o tema. O primeiro, ‘Transição Ecológica e um Novo Pacto Produtivo’, reuniu os professores da Univates, Odorico Konrad, e da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Markus Erwin Brose. Ambos pesquisadores disseram que a região é composta por muitos agricultores familiares e que uma transição ecológica precisa levar este aspecto em consideração.

Além disso, foi evidenciado o potencial dos Vales para se tornarem referência nacional no assunto, uma vez que têm condições geográficas e econômicas para alcançar o objetivo. Foram apresentadas também empresas com boas práticas sustentáveis e citado o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que é política pública em Vera Cruz.

Em outro momento, o mercado de trabalho entrou em debate, com o painel ‘Crescimento Sustentável e Reinvenção do Trabalho’, com o diretor da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) e presidente da Dália Alimentos, Gilberto Piccinini, e o presidente do Sindicato dos Comerciários de Lajeado, Marco Rockenbach.

Piccinini apontou, com dados, a mudança no perfil dos trabalhadores, em especial os mais jovens, que não têm procurado oportunidades tradicionais, como era o objetivo de gerações anteriores. Ele também argumentou que a ‘plataformização’ do trabalho – ou seja, pessoas que deixam empregos de carteira assinada e passam a atuar de maneira informal, vinculadas a aplicativos, por exemplo – é uma dificultadora para a escassez de mão de obra.

Por outro lado, Rockenbach trouxe o ponto de vista do funcionário e disse que a evasão também se deve às más condições de emprego observadas em alguns espaços, além de salários baixos e chefes que não entendem os desejos dos profissionais que têm chegado ao mercado. Para ele, uma alternativa importante seria disponibilizar escalas de trabalho com, pelo menos, duas folgas semanais.

Juan Grings

Repórter

Atento aos principais fatos que impactam a comunidade, também é produtor de programas jornalísticos da Rádio Terra FM.

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