Brígida do Nascimento: memorial ficará na parte frontal da Igreja Matriz

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Agora é oficial. O memorial em homenagem a Brígida do Nascimento, responsável pela doação das terras para a construção de uma capela, onde hoje está a Igreja São Sebastião Mártir, ficará na parte frontal do principal templo religioso de Venâncio Aires. O anúncio foi feito pelo arquiteto Paulo Barden – que está à frente do projeto, de forma voluntária – e pela integrante do Centro Luso-Açoriano, Maria Zulmira Portela de Moura, durante o Jantar Português, realizado sábado, 2, à noite, no Clube de Leituras.

Descendentes de Brígida participaram do evento e, ao lado de centenas de pessoas que prestigiaram a promoção, souberam em primeira mão como será o monumento que representará o memorial. “É algo que vai ficar à vista e, como estará em um espaço público, tivemos que pensar em um material que sobreviver às intempéries e que não tenha manutenção. Pensamos em alguma coisa rígida, pois estará aberto ao público ao vandalismo. Então, será em aço inox escovado, com carta serigrafada”, explicou Barden.

Recursos

De acordo com o arquiteto, a obra deve demandar entre R$ 6 mil e R$ 7 mil, valores que passariam a ser arrecadados junto à comunidade. No entanto, ainda durante o jantar, a vereadora Ana Cláudia do Amaral Teixeira e o secretário de Saúde Tiago Quintana, ambos do PDT, se comprometeram em repassar uma emenda impositiva para a execução do memorial. Eles citaram o total de R$ 20 mil, e o resto seria usado em outros projetos da Associação dos Amigos do Cemuc (AACEMUC), da qual o Centro Luso-Açoriano faz parte.

Reconhecimento

Também durante a noite de confraternização, seis pessoas foram homenageadas com certificados de Honra ao Mérito Luso-Descendentes, oferecidos pelo Instituto Cultural Português e pelo Centro Luso-Açoriano de Venâncio Aires pela contribuição cultural nas comemorações dos 270 anos do povoamento açoriano no Rio Grande do Sul: João Aurélio Fagundes, João Olmiro Pedroso Trindade, Vanita Marzona Trindade, Alaor José Lopes, Sueli Ferreira Lopes e Olinda Fagundes Freitas.

O jantar contou com apresentação do Grupo Folclórico Açoriano Resgatando Nossas Raízes e com a presença da vice-cônsul de Portugal no Rio Grande do Sul, Felipa Mendonça, do presidente da Academia Luso-Brasileira de Letras no Rio Grande do Sul, João Riél Manuel Nunes Vieira de Oliveira Brito, e do casal fundador do Instituto Cultural Português de Porto Alegre, António Soares e Santa Igneze Soares.

Maria Lúcia Costa, Gestora da Uninter, e João Aurélio Fagundes.
Vice-cônsul Felipa Mendonça com o casal Olmiro e Vanita Trindade.
Alaor e Sueli Lopes com João Riél, da Academia Luso-Brasileira no RS.
Olinda Freitas e o presidente do Clube de Leituras, Telmo Kist.

Saiba mais

• Brígida era neta do capitão Francisco Machado Fagundes da Silveira, dono da primeira área de terras de Venâncio Aires. Quando ele morreu, em 1778, deixou suas propriedades como herança para os nove filhos.

• Mais tarde, Brígida também herdou parte das terras. Ela doou uma área de dez mil braças quadradas para a construção de uma capela em homenagem a São Sebastião Mártir e essa construção deveria ser feita em 10 anos.

• Para que pudesse construir a capela, a Igreja Católica precisava de dinheiro. Por isso, reservou uma quadra para o templo e outra para a praça, mas loteou e vendeu a área restante em terrenos menores, do mesmo tamanho.

• Todos os demais lotes seguiram o mesmo padrão e, mais tarde, com a expansão da cidade, deu-se sequência ao traçado quadriculado. É por isso que a doação de terras é considerada o ‘marco zero’ da área urbana de Venâncio Aires. Isso porque foi a partir desse acontecimento que começou a se desenvolver a parte urbana do município.

Fonte: Venâncio na História



Carlos Dickow

Carlos Dickow

Jornalista, atua na redação integrada da Folha do Mate e Terra FM.

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